quinta-feira, 20 de junho de 2019

Brasil aparece em 26º lugar em ranking sobre honestidade, atrás de Argentina e Chile. Pudera! Depois de quatro governos da dupla medonha Lula-Dilma

Em tempos em que o mundo parece permeado pela corrupção, é possível medir o nível de honestidade dos países? Movidos pela intenção de desafiar o senso comum, três pesquisadores dos Estados Unidos e da Suíça apostaram em uma metodologia inovadora para detalhar índices em 40 países, incluindo o Brasil. A Suíça foi considerado o país mais honesto.
Ao longo de três anos, mais de 17 mil carteiras foram deixadas em pontos estratégicos de 355 cidades de 40 países — algumas com dinheiros e outras sem —, como se tivessem sido perdidas.
Os autores do estudo, publicado nesta quinta-feira na revista " Science ", concluíram que, quanto maior a quantia de dinheiro encontrada, maior é o índice de devolução dos objetos. O motivo? Medo de se enxergar como um ladrão.
Os valores inseridos na carteira foram calculados a partir de uma base de US$ 13,45 e eventualmente adaptados conforme os contextos inflacionários de cada país.
As carteiras traziam, obrigatoriamente, uma chave, uma lista de compras e três cartões de visita identificados com nome, profissão e endereço de e-mail do dono.
Ao todo, foram 17.303 carteiras deixadas em locais públicos, como bancos, teatros, museus, agências de correios, hotéis, delegacias e tribunais.
No Brasil, o valor inserido nas carteiras foi de R$ 21,75. O Rio foi uma das cidades utilizadas como base para o estudo, acompanhada de Brasília, Curitiba, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus e São Paulo. A lista de compras deixada junto à quantia incluía pão, leite, macarrão e frutas. As carteiras foram deixadas em diferentes localidades entre 21 de julho e 13 de agosto de 2015.
Assistentes contratados pela pesquisa foram orientados a deixar o conteúdo com um funcionário do estabelecimento escolhido, estabelecendo diálogos curtos, objetivos e previamente combinados para evitar qualquer tipo de intimidação capaz de interferir no processo de decisão.
Na média global, houve devolução no caso de 40% das carteiras sem dinheiro. Esse número salta para 51% na presença de recursos.
Os cientistas atribuem o fenômeno à relação construída entre o valor monetário e a ideia de desonestidade. A aversão à ideia de se ver como um ladrão, combinada a um sentimento altruísta, favoreceria a intenção da maior parte das 17 mil pessoas envolvidas na pesquisa.
A conclusão contraria, ainda, a intuição de leigos e profissionais ouvidos no mesmo trabalho. Questionados antes da divulgação dos resultados sobre quais condutas seriam preponderantes, a maioria dos participantes previu que o interesse pessoal falaria mais alto na medida em que a quantia dentro das carteiras aumentasse.

Brasil em 26° lugar na avaliação global

No ranking global de honestidade, o Brasil aparece em 26º lugar, atrás de países latino-americanos como Argentina (18º) e Chile (25º). Portugal está na 20º posição, à frente dos Estados Unidos (21º) e do Reino Unido (22º). Na lanterna está China, no último lugar.
A Suíça lidera o ranking mundial, seguida da Noruega, Holanda, Dinamarca e Suécia. Entre os dez países mais bem colocados, só um não é europeu: a Nova Zelândia.
A avaliação se baseia na proporção de devolução das carteiras que continham dinheiro em comparação com as vazias. Os pesquisadores optaram por não levar adiante a devolução. Em todos os casos, uma mensagem padrão agradecia o esforço e sugeria que o valor ficasse por conta do interlocutor ou, ainda, que o dinheiro fosse doado para a caridade.
Para avaliar se o fenômeno ocorria pelo fato de o valor não ser tão significativo, a pesquisa testou nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Polônia os mesmos cenários acrescidos de carteiras com US$ 94,15, valor sete vezes maior do que o padrão estabelecido. Na média entre os três países, o índice de devolução foi de 72% entre as quantias mais altas, comparado com 61% nas carteiras com US$ 13 e 46% das vazias.
Em uma segunda análise, esta levando em conta diversos outros critérios, desde o histórico familiar do país em questão até a sintaxe de seus idiomas, passando pelo Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil sobe para a 23ª posição. Neste recorte, fica à frente dos EUA (25º) e do Reino Unido (26º).
Na concepção dos pesquisadores, a honestidade depende de uma série de fatores, incluindo raízes culturais, PIB do país, idioma nacional, cultura familiar, entre outros critérios.
Os pesquisadores avaliaram também o índice de retorno de funcionários de hotéis e, nesse cenário, o país ainda fica atrás de países como Sérvia e Romênia, mas supera EUA, Reino Unido e Portugal.
O trabalho, que durou três anos, foi liderado por Alain Cohn, da Universidade de Michigan (EUA), e também é assinado por Michel André Maréchal, da Universidade de Zurique (Suíça) e Christian Lukas Zünd, da Universidade de Utah (EUA). O custo da pesquisa foi de US$ 600 mil, o equivalente a R$ 2,3 milhões.
Os acadêmicos veem a honestidade como um valor “central” para a vida social e econômica dos países avaliados, e sua ausência levaria à “quebra de promessas, desrespeito de contratos, evasão fiscal e governos corruptos”.

Com Informações de O Globo