Dado Galdieri - 11.jul.2013/Bloomberg | |
Plataforma da Petrobras em Angra dos Reis |
RAQUEL LANDIM - Folha de São Paulo
Venda de parte da Petrobras já caminha a todo vapor. A expectativa da diretoria é que esses ativos rendam US$ 57,7 bilhões nos próximos quatro anos, o equivalente a 98% do valor de mercado atual da estatal, cujas ações estão muito desvalorizadas.
Segundo a Folha apurou, a estatal inicia em meados de julho a venda dos blocos de petróleo no golfo do México (EUA). Nesta fase, serão distribuídos os convites para eventuais compradores. A Petrobras possui sete blocos na região, avaliados US$ 8 bilhões. O processo está a cargo do BNP Paribas.
Já a venda de blocos no Brasil chegou a uma fase avançada. Os compradores avaliaram os ativos e agora foram convidados a fazer ofertas "vinculantes", ou seja, desde que estejam dispostos a desembolsar o valor. A estatal oferece fatias em 6 blocos de petróleo, 5 no pré-sal.
A lógica é conseguir sócios para blocos que ainda vão demandar muito investimento para produzir. Os ativos estão avaliados em US$ 4 bilhões. O processo é coordenado pelo Bank of America.
Também está adiantada a venda de postos de gasolina na América Latina, que pode render US$ 1 bilhão. O objetivo é vender o pacote para um mesmo comprador. O coordenador é o Itaú BBA.
Também estão à venda 49% das holdings que controlam as distribuidoras de gás e as termelétricas. O mais provável é que acabem com a Mistsui, já sócia da estatal neste ramo.
O caso das termelétricas é mais complicado. Os potenciais compradores não querem se tornar sócios minoritários e exigem um contrato vantajoso de fornecimento de gás natural, principal insumo das usinas, cuja única fornecedora é a Petrobras.
Ainda não houve definição sobre a BR Distribuidora. A diretoria quer fazer uma abertura de capital, mas não está descartada a entrada de um sócio minoritário, até para sinalizar para o mercado o quanto a empresa realmente vale.