segunda-feira, 1 de junho de 2015

Suíça deve extraditar Marin por considerar provas 'suficientes'

Veja com Estadão Conteúdo


Presidente da CBF José Maria Marin
José Maria Marin segue detido em uma "prisão modelo" nos arredores de Zurique, na Suíça(Pilar Olivares/Reuters)
A Suíça considera que as provas apresentadas pelos Estados Unidos contra José Maria Marin são suficientes para a extradição do ex-presidente da CBF, que segue preso nos arredores de Zurique, acusado de desviar dinheiro de comissões em contratos fechados pela CBF. Autoridades policiais da Suíça informaram nesta segunda-feira ao diário O Estado de S. Paulo que estão dispostas a colaborar com a ida do cartola brasileiro aos Estados Unidos. "Na base da descrição fornecida pelos EUA no pedido de prisão, o Departamento de Justiça estimou que os fatos denunciados, a priori, poderiam motivar uma extradição", informou o órgão.

O Departamento da Justiça da Suíça recebeu o pedido de extradição seis dias antes da operação, realizada na última quarta-feira em um hotel de luxo em Zurique. No dia 22 de maio, os advogados do governo passaram a examinar os documentos sobre Marin e confirmaram que existiam "indícios suficientes" para realizar a prisão e a extradição do brasileiro para os Estados Unidos.
O caso rapidamente chegou até a ministra da Justiça, Simonetta Sommaruga, que consultou o restante do governo e até o presidente suíço para dar o sinal verde. A etapa seguinte foi repassar para a polícia de Zurique o trabalho de organizar a operação de prisão na semana do 65º Congresso da Fifa.
Para tentar evitar uma extradição aos EUA, o ex-presidente da CBF contratou um advogado suíço especialista em crimes financeiros e cooperação internacional. O nome escolhido, numa contratação intermediada pela Conmebol, foi o de Georg Friedli, com sede em Berna. No entanto, as autoridades suíças dificilmente darão autorização para um eventual pedido de liberdade provisória ao brasileiro. Marin, de 83 anos, não tem propriedades na Suíça e o governo considera que existe o "risco de fuga".
O governo americano tem até o dia 3 de julho para oficializar o pedido de extradição, com novos documentos e base legal. O governo suíço considera que isso deve ocorrer nas próximas semanas.