Governo Trump justifica sanções como medida para proteger e fortalecer democracia no continente contra "indivíduos nocivos"
Os Estados Unidos (EUA) sinalizam uma escalada em seu empenho para combater o que chamam de “agentes estrangeiros malignos”. O movimento refere-se sobretudo ao comportamento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Foi o que manifestou nesta quarta-feira, 30, o Bureau of Western Hemisphere Affairs. A entidade, que trata de assuntos do hemisfério ocidental sob a sigla WHA, executa a política externa norteamericana em todo o continente. A abrangência vai do Canadá até a ponta da América do Sul e o Caribe.
EUA: contra os “indivíduos nocivos” Em um movimento de alto impacto, Washington estaria avaliando a aplicação de outras sanções, além de Moraes, no âmbito do Programa Global Magnitsky de Sanções.
A iniciativa destaca a determinação dos EUA em mobilizar “todos os instrumentos diplomáticos, políticos e jurídicos adequados e eficazes”. A instituição fala em “atingir indivíduos que considera nocivos aos seus interesses e à estabilidade democrática”.
A informação, que repercute em círculos diplomáticos, ressalta a seriedade da abordagem do governo de Donald Trump. Reflete desse modo a declaração de que “os Estados Unidos estão tomando medidas adequadas e eficazes para combater agentes estrangeiros malignos”.
Com um secretário adjunto de Estado à frente, o WHA coordena as ações do governo dos EUA por meio de suas embaixadas e consulados em 30 nações da região. A sanção a um membro do judiciário brasileiro, como o ministro Moraes, reflete, conforme dizem autoridades do governo Trump, a prioridade em “defender a Carta Democrática Interamericana” e apoiar a democracia.
The United States is taking action against Brazilian Supreme Court Justice Alexandre de Moraes under the Global Magnitsky sanctions program. We will use all appropriate and effective diplomatic, political, and legal instruments to counter foreign malign actors.
Bureau of Western Hemisphere A aplicação das sanções Global Magnitsky, ferramenta que se
direciona a indivíduos com envolvimento em sérias violações de
direitos humanos e corrupção, seria um claro indicativo de que os
Estados Unidos estão firmes em usar todas as suas prerrogativas
para confrontar o que percebem como ameaças à democracia e à boa
governança no hemisfério.
Fábio Boueri - Revista Oeste