terça-feira, 15 de outubro de 2024

Até Estadão e Folha criticam o descondenado Lula por 'proposta eleitoreira' sobre isenção do Imposto de Renda

Jornais, mesmo servindo ao 'cartel Lula-STF', afirmam que o petista, numa atitude populista e demagógica, retoma proposta inexequível durante a campanha eleitoral


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Em editoriais publicados nas edições desta terça-feira, 15, a Folha de S.Paulo e o Estadão criticaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela proposta “eleitoreira” de alterar o Imposto de Renda agora, em pleno segundo turno da campanha eleitoral, depois do fracasso do PT no primeiro turno. Em recente entrevista, à Rádio O Povo/CBN, de Fortaleza, Lula retomou a promessa da campanha eleitoral de 2022 de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para até R$ 5 mil. Para o Estadão, embora o presidente fale em “compromisso de justiça”, “não é por isso que Lula da Silva defende essa proposta, mas por pura demagogia”. 

“Não é por acaso que o presidente tenha ressuscitado a promessa neste momento. Encerrada a primeira etapa das disputas municipais, as dificuldades dos candidatos do Partido dos Trabalhadores ou apoiados pela sigla se tornaram ainda mais evidentes, e nada indica que o desempenho será muito diferente no segundo turno. Em um cenário político adverso, uma bandeira eleitoral capaz de furar a bolha e alcançar a classe média pode vir a calhar — se não agora, para a disputa presidencial de 2026”, avaliou o Estadão. “Começa muito mal, porém, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando subordina o início do debate à promessa eleitoreira de isentar vencimentos mensais até R$ 5.000”, afirmou a Folha.

Tanto para a Folha quanto para o Estadão, a proposta é inexequível, considerando os déficits sucessivos acumulados pelo governo petista, que aumentou sobremaneira o gasto público desde 2023. O Estadão afirma que ampliar a isenção do IRPF “é algo absolutamente irrealista em um país como o Brasil”, porque a maioria dos trabalhadores tem rendimento real habitual de R$ 3.228. “Infelizmente, quem recebe mais de R$ 5 mil no País ganha mais que a maioria da população”, diz o Estadão. 

No ano passado, a arrecadação com IRPF rendeu R$ 59,5 bilhões. Não parece muito ante um total de R$ 2,2 trilhões em receitas do governo, diz o jornal, mas “não parece crível que o país possa abrir mão dessa arrecadação”, uma vez que o valor corresponde a 35% do orçamento do Bolsa Família, por exemplo. A Folha vai no mesmo sentido: “A depender do critério usado, tal medida [ampliar a isenção] implicaria renúncia anual entre R$ 35 bilhões e o dobro disso ou mais, montante que precisaria ser compensado no Orçamento, seja por determinação legal, seja para evitar um déficit público ainda mais exorbitante. \

Para os jornais, a retomada da promessa de Lula não passa de uma medida eleitoreira. “Em qualquer hipótese, um projeto para redesenhar o IR precisa estar amparado em projeções sólidas de receita e em lógica tributária. Se começar por uma invencionice eleitoreira, dificilmente sairá menos ruim do Congresso”, finalizou a Folha. Para o Estadão, “o Executivo federal não deveria abrir mão de qualquer centavo que chegue aos cofres públicos”. “Por mais desagradável e impopular que isso pareça, não há justificativa para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física que não passe pelo cálculo eleitoral de Lula da Silva.” : 

Leia também: O Brasil diz não ao PT, artigo de Silvio Navarro publicado na Edição 238 da Revista Oeste 

Com Revista Oeste