terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Por segurança, carrinho de bebê e guarda-chuva serão vetados na posse




O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República divulgou na manhã desta terça-feira as medidas de segurança que serão tomadas para a cerimônia de posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro , do dia 1º de janeiro de 2019. Quem for à Esplanada dos Ministérios assistir à posse não poderá portar uma série de objetos, como guarda-chuvas, bolsas, mochilas e garrafas. Também serão proibidos carrinhos de bebê , animais de estimação, e alguns objetos mais óbvios, como armas de fogo e produtos inflamáveis. A proibição de guarda-chuvas é especialmente curiosa porque o mês de janeiro é um dos mais chuvosos na capital federal.

Panfletos com informações sobre itens proibidos durante a posse presidencial Foto: Reprodução/O GLOBO

Panfletos com informações sobre itens proibidos durante a posse presidencial Foto: Reprodução/O GLOBO

Para a posse, a Esplanada dos Ministérios será interditada por 80 horas. As forças de segurança ocuparão o local a partir da meia-noite do dia 30 e o local só será reaberto no dia 2 de janeiro às 8h. Não haverá expediente de trabalho para quem trabalha nessa região da cidade no dia 31, uma segunda-feira.
Foi divulgado pelo GSI também procedimentos para o caso de ataques com armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares. O panfleto informa que os sintomas nesse tipo de ataque são "náuseas, dor de cabeça, vermelhidão na pele, dificuldade de respirar e bolhas na pele". O material recomenda que se comunique às autoridades de segurança se houver suspeita, abandono e isolamento do local e não tocar no objeto que pode ser o disseminador deste tipo de ataque.
A preparação para a posse tem exigido esforços adicionais de segurança. Isto ocorre devido ao atentado que Bolsonaro foi vítima durante a campanha e a seguidas ameaças de morte que vem sendo relatadas por assessores.

Atiradores de Elite

Conforme O GLOBO revelou nesta segunda-feira , atiradores de elite devem ser instalados em prédios da Esplanada e um grande contingente de agentes estarão disfarçados no meio da multidão, durante todo o tempo em que o presidente eleito estiver na Esplanada.
Bloqueadores de radiofrequência serão usados para dificultar a comunicação de potenciais criminosos. Tropas do Exército foram escaladas para isolar e monitorar todo o entorno da Esplanada. Até 12 mil homens, entre integrantes das Forças Armadas, das polícias federal, civil e militar, dos bombeiros e do departamento de trânsito do Distrito Federal estarão envolvidos na operação. Por causa da estrutura de segurança, o custo total da posse deve chegar a cerca de R$ 1 milhão, um dos mais altos da história, quase o dobro de eventos anteriores.
O chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sergio Etchegoyen disse que enquanto uma ameaça não for totalmente esclarecida, continua viva, ao se referir ao atentado sofrido por Bolsonaro. Ele não quis informar os detalhes da estratégia de segurança, mas disse que, se comparada às posses anteriores, provavelmente haverá um aumento do efetivo. Segundo Etchegoyen, ainda não foi decidido se Bolsonaro desfilará em carro aberto. Etchegoyen não quis falar sobre a possibilidade de se usar atiradores de elite, afirmando que não poderia falar sobre as técnicas que seriam utilizadas.
- Toda ameaça só deixa de ser ameaça quando é plenamente esclarecida. Se ainda não foi esclarecida ainda é uma ameça viva e portanto estará presente na estratégia - disse Etchegoyen, complementando em seguida:
-  No quesito segurança ampliamos os cuidados por conta do que aconteceu. Temos o efetivo necessário e suficiente para garantir a segurança do presidente e da população. O cerimonial é o mesmo, mas as medidas de segurança são claramente outras. É possível que o efetivo, se comparado, seja maior.

Público presente

O general Augusto Heleno, que sucederá Etchegoyen no GSI, também participou do anúncio, e informou que a expectativa é que entre 250 mil e 500 mil pessoas venham à Esplanada dos Ministérios assistir à posse. Serão montadas quatro barreiras para revistar os presentes, uma após a outra. Começando na Rodoviária (a primeira) até a Praça dos Três Poderes. Haverá revistas com as chamadas "raquetes" para identificar metais e portais. Será proibido levar uma série de objetos, e haverá bloqueio dos sinais de drones e rádios piratas.
A população não poderá levar bolsas, mochilas e não haverá ambulantes vendendo alimentos. Serão montados postos de água para fornecer gratuitamente aos presentes e banheiros. E telões exibindo as cerimônias que acontecerão no Congresso, no Itamaraty e no Palácio do Planalto.
- Não haverá ambulantes. Por isso serão fornecidos água em copos de plástico. Um pacote de biscoito poderá trazer, uma barra de cereal para mastigar -  esclareceu Etchegoyen.
O general negou que haverá bloqueio do sinal do celular. Segundo o Palácio do Itamaraty, nove chefes de Estado confirmaram presença na posse de Bolsonaro. Além disso, dois vice-presidentes, oito chanceleres e dois altos dirigentes de organizações internacionais disseram que virão. O Itamaraty não quis informar os nomes.
Para cada etapa da festa haverá uma limitação de convidados. No Itamaraty, serão dados mil convites - chegando a 2,5 mil convidados (incluindo os acompanhantes). No Palácio do Planalto a limitação é de mil pessoas no térreo, 400 no segundo andar; 400 no quarto andar e de 120 a 160 no mezanino do Palácio, localizado no terceiro andar. Segundo Heleno, na Câmara serão convidados apenas os líderes dos partidos. E no Senado, todos os atuais senadores.

Catarina Alencastro, O Globo