terça-feira, 25 de dezembro de 2018

"Meghan x Kate: “Eu sei o que vocês fizeram no Natal passado”", por Vilma Gryzinski

Os Fab Four no ano passado: tudo parecia bem com os dois casais, mas a coisa já andava estremecida (Chris Jackson/Getty Images)

Já sabe que metade da família vai brigar com a outra metade por causa da eleição presidencial? Um tio persistente passará a noite repetindo notícias inventadas que viu no zap? O cunhado insuportável atingirá novos níveis de insustentabilidade?
Console-se. O Natal da família real é mais enlouquecedor. Ainda mais com as brumas que pairam não só entre as duas cunhadas, Kate e Meghan, como até entre os irmãos, William e Harry.
Segundo aquelas famosas fontes sem nome, mas com insinuações publicadas por jornais com níveis variados de credibilidade, os dois príncipes se estranharam quando Harry falou dos planos de se casar, depois da primeira visita de Meghan Markle aos futuros cunhados.
William, diz esta versão, achou a decisão um pouco apressada e aconselhou o irmão a conhecer melhor a namorada, uma atriz americana de seriado filmado no Canadá, obviamente sem ideia da mudança de vida e dos compromissos exigidos de quem entra para a família mais conhecida do mundo. 
Harry ficou louco da vida e a relação entre os irmãos, unidos pela trágica perda da mãe quando mal entravam na adolescência, estremeceu.
Para diminuir a animosidade, William e Kate hospedaram o casal, já de casamento marcado, no Natal passado.
Como número dois na sucessão, depois do pai, William ganhou de presente  de casamento da avó um tremendo casarão do século 18, Anmer Hall.
Com isso, têm acomodação de sobra quando o resto da família real se espreme, por assim dizer, num dos 29 quartos de Sandringham, a “casa” de campo particular da rainha. Anmer Hall fica pertinho, na mesma e deslumbrante propriedade.
A programação natalina é cronometrada, incluindo a missa da manhã de Natal na igrejinha local, uma rara oportunidade de ver – e principalmente fotografar – a família real completa num compromisso não protocolar.
No Natal passado, Kate, grávida, e a estreante Meghan, com os respectivos príncipes e as roupas chiques complementadas pelo uso obrigatório de chapéu, pareciam pairar num mar de felicidade doméstica.
Jornalistas do ramo logo inventaram um apelido imbatível: os Fab Four. Ou os Quatro Fabulosos, como eram chamados os Beatles na época áurea.
Os relações públicas da família viram a oportunidade mais fabulosa ainda de projetar a imagem de dois casais jovens, belos e unidos por projetos filantrópicos ambiciosos.
Um ano depois, os dois casais não dividem mais a mesma equipe, Harry e Meghan vão se mudar do conjunto de palacetes de Kensington onde moram William e Kate e a fundação também rachou. Nem na festa de fim de ano dos funcionários o príncipe herdeiro e a mulher foram.
Obviamente, Harry e Meghan, que agora é a grávida da família, não se hospedam em Anmer Hall. Ficam com a rainha, mais tios, primos e sobrinhos, em Sandringham, seguindo um roteiro tão rígido que as mulheres chegam a trocar de roupa três ou quatro vezes por dia.
A maior diversão é um daqueles jogos de adivinhar nomes de filmes, através de mímica. O amigo secreto só pode incluir presentes “engraçados”, nada cara ou sofisticado. Os homens saem para caçar faisões e outras aves.
Às três da tarde do dia de Natal, todos vão para um salão ouvir do discurso de Natal da rainha ao país, previamente gravado.
A princesa Diana detestava todas estas atividades. Quando entrou para a família, Sarah Ferguson, posteriormente divorciada do príncipe Andrew, fez o maior sucesso no Natal em Sandringham.
Desencanada, espontânea e extrovertida, Sarah fazia as tediosas atividades com o maior entusiasmo, incluindo conversas sobre cavalos – o assunto predileto da rainha – e piadas atrevidas, as preferidas do sogro, o príncipe Philip.
De início, Diana e Sarah não deram bola para a tradicional rivalidade entre cunhadas e ficaram muito amigas.
A vida, dentro e fora da família real, as separou. A ruptura definitiva aconteceu quando Sarah, sempre precisando de dinheiro depois do divórcio, incluiu um detalhe vulgar em sua autobiografia.
Dizia ter ficado com uma verruga plantar depois de usar um sapato emprestado por Diana. Nunca mais a princesa atendeu um telefonema dela.
Se não houver divórcio no meio, Kate e Meghan estão condenadas, para sempre, a dividir espaços muito além do Natal. Os compromissos comuns da família real são obrigatórios.
Celebrações religiosas nacionais, visitas de chefes de Estado, comemorações oficiais e homenagens fúnebres colocarão os dois casais sob escrutínio intenso. Cada mínima expressão será analisada à exaustão, em busca de sinais de estranhamento.
Começa amanhã, no caminho da igrejinha rural, e dura até o fim da vida.
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