Escolhido para comandar o superministério da Economia no governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes se cercou de nomes que estão fora do tradicional eixo Rio-São Paulo. Se nos governos do PSDB e do PT prevaleciam as principais linhas de pensamento de escolas como a Pontifícia Universidade Católica (PUC) e a Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, e Universidade de Campinas (Unicamp), agora o cenário tende a ser diferente.
Ganharam protagonismo economistas de perfil ultraliberal que não estavam sob os holofotes. Parte do grupo vem da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), instituições que também estavam fora do radar nos últimos anos. Alguns já atuaram no governo, mas estavam afastados. São exemplos dessa turma Adolfo Sachsida, do Ipea; os irmãos Abraham e Arthur Weintraub, da Unifesp; e Rubem Novaes, egresso da Escola de Chicago, assim como Guedes.
Durante a campanha, o presidente eleito montou 29 grupos de trabalho para discutir propostas para diversas áreas, incluindo Previdência, trabalhista, tributária, administrativa, privatizações, contas públicas e infraestrutura. Para cada um desses grupos, foi escolhido um coordenador. Esses nomes participaram do trabalho e hoje integram a equipe da Economia na transição. Segundo acadêmicos da UnB e do Ipea, os outsiders de Paulo Guedes são de grupos minoritários dentro desses locais, todos com visão liberal na economia e conservadores nos costumes.
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Geralda Doca e Manoel Ventura, O Globo