segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Saiba como aproveitar o melhor dos parques nos Estados Unidos


Mickey Mouse - Disney/Divulgação


ORLANDO - Visitar parques temáticos é sempre uma opção popular para as férias em família, e 2018 não é exceção. De acordo com uma pesquisa recente da AAA – federação de motor clubes à base de adesão –, mais de trinta por cento daqueles que estão planejando férias familiares este ano visitarão um parque temático. O documento também revela que a área de Orlando, na Flórida, que tem o maior número dessas atrações no país, deve se confirmar como o destino mais visitado dos EUA deste verão. O sul da Califórnia, que também abriga várias opções, deve estar entre os cinco mais populares.

"Sem dúvida, os parques temáticos são as grandes atrações de ambas as regiões", confirma Bryan Shilling, diretor de serviços de viagens da AAA.

Mas como aproveitar o programa ao máximo? Como desfrutar de tudo que a viagem tem a oferecer?

Veja abaixo algumas dicas:

– Os preços dos ingressos para os parques temáticos podem ser bem salgados. Tem como economizar na admissão geral?

Geralmente sim, de acordo com Shilling e Eileen Ogintz, que escrevem uma coluna semanal sobre viagens familiares chamada "Taking the Kids".
Se você vai para o Walt Disney World ou o Universal Orlando, o custo-benefício é maior comprando o pacote que inclua passagens aéreas, hospedagem, entradas e, se possível, refeições. Segundo Shilling, com isso a economia pode chegar a vinte por cento em relação à compra separada de cada item. AAA, Walt Disney Travel Co., Expedia.com, Southwest Vacations e Funjet Vacations são algumas das empresas que vendem essa opção.

Se você pretende visitar vários parques no sul da Califórnia, a CityPASS pode ajudá-lo a fazer uma boa economia na Disneylândia, SeaWorld San Diego e Legoland.

Segundo Ogintz, geralmente é mais barato adquirir as entradas pelo site, antecipadamente. 

A Six Flags Entertainment Corp., por exemplo, que administra 18 parques nos EUA, vende ingressos on-line com desconto o ano todo, principalmente às vésperas de feriados como o do Labor Day. Além disso, tem uma parceria com a Coca-Cola: o visitante pode trocar uma latinha com uma economia que representa cerca de US$15 no bilhete.

Em alguns casos, você pode se beneficiar comprando o passe anual, principalmente se for voltar ao parque mais do que uma vez. Por exemplo: o preço mínimo do bilhete anual do SeaWorld Antonio sai por US$79, enquanto o preço do ingresso para o dia é US$59.

– Vale a pena pagar mais pelos passes que liberam da fila vendidos em alguns parques?

Para Shilling essa opção vale a pena, sim, principalmente durante aquelas épocas do ano em que eles têm mais chances de estarem lotados, pois você pode ganhar várias horas de espera.
O Universal Express Unlimited Pass para o Universal Orlando, a partir de US$89,99/dia, permite que você evite as filas comuns em um número ilimitado de ocasiões graças ao acesso expresso à maioria das atrações, tanto do Universal Studios Florida como do Islands of Adventure. Um ingresso para um parque da Disney em Orlando que inclua o FastPass+ lhe garante acesso e isenção de filas em três brinquedos – mas, depois disso, você pode conseguir mais do benefício, sem ter que pagar mais, se procurar um dos quiosques ou com o aplicativo da Disney no celular.

– Em que épocas do ano os parques estão mais lotados?

A alta temporada inclui o verão inteiro – e especialmente feriados como o Labor Day –, as semanas próximas ao Natal e aquelas em que as escolas estão de recesso, no inverno e na primavera. Se você está planejando visitar um dos parques nesses períodos, Ogintz aconselha chegar cedo porque, dependendo da procura, no início da tarde tanto o estacionamento como as dependências já estão lotados.

 aqui vai uma dica de Shilling, que já trabalhou no Walt Disney World e no Universal Orlando, para evitar as multidões: quando entrar, vá sempre para a esquerda. "Como a grande maioria é destra e naturalmente pende para a direita, é certamente ali que estão os maiores agrupamentos e as filas mais longas", ensina.


– Há alguma mordomia em se hospedar no hotel afiliado a um parque?
No geral, sim.
Há "horas mágicas extras" para os óspedes dos hotéis do Walt Disney World 
antes e depois do horário normal de funcionamento, por exemplo; no Universal Orlando, quem se hospeda em determinados resorts garante acesso ao início da fila. O Legoland Florida Resort tem uma fila de entrada separada para os hóspedes de seus hotéis e também oferece estacionamento gratuito.

– Os brinquedos são seguros para as crianças que atendem às exigências físicas de altura?

De acordo com a Associação Internacional de Parques de Diversão e Atrações, a chance de alguém se ferir gravemente em um brinquedo fixo nos EUA é uma em 17 milhões. Em 2016, cerca de 372 milhões de pessoas se divertiram na maior segurança em 1,7 bilhão de brinquedos dos 400 parques do país.

Entretanto, mesmo que seu filho tenha condições físicas de ir a alguma atração, não force se ele se mostrar receoso, como aconselha a Dra. Lori Storch Smith, pediatra de Westport, Connecticut. "Os brinquedos podem ser traumatizantes e forçá-lo a entrar em um pode fazer com que deixe de se interessar por esse tipo de lazer", ela explica. A sugestão é ficar apenas nos brinquedos nos quais os pequenos se sentem mais à vontade e de que mais gostam.

– Como economizar na comida?
"Se o local permitir, leve de casa", aconselha Ogintz. Ela sugere pensar também em beliscos como nozes, frutas e pipoca, além de sanduíches e garrafas de água reutilizáveis, que você pode voltar a encher nos bebedouros. "Reserve o investimento para uma guloseima especial, tipo um sorvete no formato do Mickey."

– O que devo fazer se me perder dos meus filhos?

"O melhor é já chegar com um plano caso você se separe dos seus filhos. Para começar, marque um ponto de encontro que as crianças reconheçam facilmente, como a entrada de um determinado brinquedo; vale também ensiná-los que devem explicar a situação para um funcionário uniformizado para levá-los ao local previamente combinado", é o conselho de Rainer Jenss, presidente e fundador da Family Travel Association, que trabalha com viagens familiares.

– Os tweens e adolescentes devem andar pelo parque sozinhos?

"Depende. Os mais velhos podem passar umas duas ou três horas no parque sem a supervisão de adultos", diz Jenss (que permitiu que os próprios filhos o fizessem quando eram adolescentes). E aconselha a manter contato através do celular – mas caso a bateria acabe, o ideal é marcar um ponto de encontro.
– Meu filho sofre do transtorno do espectro autista. Isso signifca que os parques de diversão estão fora de questão?

Alguns já estão fazendo adaptações para crianças que sofrem desse mal.

Os funcionários do Sesame Place, em Langhorne, na Pensilvânia, por exemplo, concluíram recentemente o curso de sensibilidade e conscientização do autismo, e o parque tem duas salas silenciosas com luz ajustável para aqueles que ficarem superestimulados e precisarem de um período de normalização.

"Os banheiros do Edaville Family Theme Park, em Carver, Massachusetts, têm descargas e torneiras com funcionamento manual para ajudar a reduzir os níveis de ruído, fonte comum de agitação para as crianças que têm o transtorno do espectro autista, além de um salão silencioso com paredes forradas, iluminação suave e brinquedos macios", informa Storch Smith.

Morgan's Wonderland, em San Antonio, no Texas, é voltado para crianças com necessidades especiais.

 

Shivani Vora/2018/The New York Times