No domingo (2), completaram-se dez anos da primeira produção no pré-sal, no campo de Jubarte (ES).
Desde então, outras 20 plataformas foram instaladas, levando a produção para a casa de 1,5 milhão de barris por dia.
A perspectiva de riqueza justificou negócios que depois trariam prejuízos à Petrobras, tanto por serem inviáveis quanto por terem movimentado o esquema investigado pela Operação Lava Jato.
"O pior já passou", diz a diretora de exploração e produção da Petrobras, Solange Guedes. A Petrobras tem 13 plataformas previstas para instalar em reservas já descobertas.
Qual foi a maior evolução nesse período de dez anos? A construção de poços, que foi decisiva para a viabilização do pré-sal. Fomos capazes de projetar poços de alta produtividade em prazo cada vez menor.
São quilômetros abaixo do nível do mar, e melhoramos a rapidez com que chegamos lá. Em dez anos, o prazo para a construção de um poço caiu de 300 para cem dias.
Segundo a britânica BP, o pré-sal já é competitivo com as reservas não convencionais nos EUA. A sra. concorda?"Sim. Para produzir não convencionais, é necessário ficar perfurando o tempo todo para manter, porque os poços perdem pressão muito rápido.
Aqui, a dinâmica é mais lenta, os poços são muito mais caros, mas depois que eles estão produzindo, ficam estáveis, com produção firme por mais tempo, porque os reservatórios são maiores.
Há hoje uma capacidade ociosa entre fornecedores nacionais. Haverá espaço para novas contratações? A crise de 2015 retraiu muito a indústria, a Petrobras retraiu também. Acho que o pior já passou, a indústria está retomando.
Os leilões foram fundamentais para a volta do dinamismo, os preços têm perspectiva estável. A perspectiva para a indústria brasileira de óleo e gás é fenomenal.
A indústria naval terá espaço? Essa resposta tem de ser dada por ela mesma. Se a indústria naval se preparar do ponto de vista de competitividade, as ofertas serão muitas. Não haverá motivos para que as nove operadoras do pré-sal busquem opções no exterior.