O presidenciável Ciro Gomes, do PDT, disse outro dia, referindo-se a Fernando Haddad, que “o País não aguenta outra Dilma”. Mas, a rigor, o próprio Ciro poderia dizer, parafraseando a célebre frase do rei Luís XIV, da França, “a Dilma sou eu”.
Não apenas por afirmar, como Dilma, Haddad e a tropa de choque do PT e seus aliados, que o impeachment foi “golpe”, que Lula não deveria estar na cadeia e que a Lava Jato é uma aberração produzida à margem da Constituição.
A julgar por muitas de suas propostas para o Brasil, em especial no campo econômico, não dá para dizer com clareza as diferenças entre as ideias de Ciro e as de Haddad e Dilma.
Exceto por filigranas, relacionadas principalmente com o déficit da Previdência, o que Ciro propõe é um reempacotamento da chamada “nova matriz econômica”, adotada por Dilma, que levou o País à maior recessão da história e deixou 13 milhões de desempregados como saldo.
Não por acaso, até poucos dias atrás, Ciro corria atrás do apoio petista à sua candidatura.
José Fucs, O Estado de São Paulo