Times Squares, Central Park, Quinta Avenida... É difícil fugir dos principais cartões-postais de Nova York, mesmo quando se retorna a cidade. Mas há muito o que ver fora da ilha de Manhattan. O "Boa Viagem" pediu dicas de programas em lugares menos conhecidos, mas igualmente imperdíveis, a duas consultoras de turismo especializadas em criar roteiros especializados. Cecília Graça Aranha e Maria Fernanda Mazzuco são sócias na New York Spin e indicaram bairros tranquilos, mas charmosos, no Brooklyn, e até centros de arte fora de NYC. Confira a seguir, nas palavras da dupla:
Red Hook, Brooklyn
"A vista encantadora desta pequena área do Brooklyn enaltecida pelo aceno da Estátua da Liberdade é a entrada da cidade pelo caminho do mar. Red Hook segue os passos de revitalização de outros bairros de Nova York, como Williamsburg e Harlem. Desbravamos e nos apaixonamos por este cantinho escondido da cidade como verdadeiras nova-iorquinas, que sempre buscam escapar das rotas turísticas e do barulho da Big Apple.
Nosso passeio por Red Hook parte de ferry em aventura maravilhosa pela Baía de Nova York. A gastronomia e arte são as estrelas do bairro: vinícola com produção local (sim, o estado de NY produz ótimos vinhos!), destilarias, sorvetes artesanais, fábricas de chocolate e saborosas lagostas enchem o paladar de qualquer aventureiro disposto a explorar a área.
Os locais que outrora abrigaram armazéns de cais de porto, cederam lugar para espaços de arte que não deixam nada a desejar aos de Manhattan".
Dia Beacon e Storm King
"Um dos nossos passeios preferidos nas proximidades de Nova York, para quem quiser sair um pouco do frenesi da cidade, é a exploração desses fabulosos espaços de arte ao norte de Manhattan. Vale a visita e nós particularmente adoramos um piquenique por lá.
A Dia foi fundada em Nova York em 1974 para ajudar os artistas a alcançar projetos visionários que, de outra forma, poderiam não ser realizados por causa de escala ou escopo. Hoje, Dia (que vem do grego e significa “através”) é uma constelação de sites, desde obras de arte e instalações icônicas e permanentes.
Em maio de 2003, a Dia Art Foundation inaugurou a Dia: Beacon, às margens do rio Hudson, em Beacon, Nova York, em uma antiga fábrica de impressão de caixas da Nabisco. O museu apresenta a coleção de arte desde a década de 1960 até o presente, bem como exposições especiais e programas públicos.
Conhecido como um dos parques de escultura mais importantes do mundo, o Storm King Art Center tem mais de 50 anos. Localizado no Hudson Valley, sua intocada paisagem de 202 hectares de campos, colinas e bosques fornece o cenário para uma coleção de mais de cem esculturas cuidadosamente localizadas criadas por alguns dos artistas mais aclamados do nosso tempo".
Carroll Gardens
Embora cheio de bares da moda, restaurantes e boutiques, Carroll Gardens mantém suas brownstones, igrejas encantadoras e autênticas confeitarias italianas. Também chamam a atenção os grandes jardins na frente das casas. Originalmente considerado como parte do Brooklyn Sul o bairro passou a ter a sua própria identidade na década de 1960. O nome veio de Charles Carroll, um imigrante irlandês cujo nome foi anexado ao Carroll Street e Carroll Park.
Notoriamente é um bairro italiano, apesar de colonizado por irlandeses. Os imigrantes italianos começaram a vir para o bairro no final do século XIX para ocupar funções de estivadores e trabalhadores do Brooklyn Navy Yard. Continuaram a chegar até a década de 1950, o que levou a grande parte da população irlandesa a deixar o bairro.
O aumento da população italiana provocou questões sobre o papel da máfia no bairro. Uma teoria diz que parte de Carroll Gardens foi controlada pela família Gambino e uma outra, controlada pela família Colombo. Hoje em dia, um dos bairros mais badalados do Brooklyn, esbanja moda, design e antiquários de móveis "mid century".
O Globo