quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Dólar acumula alta de 25% no ano, com incerteza eleitoral e cenário externo


Moeda americana opera acima dos R$ 4 desde o início da semana - Arquivo


Um dia após bater recordes históricos de alta, o dólar comercial opera com instabilidade nesta quarta-feira. A moeda americana, que iniciou os negócios com valorização ante o real, agora tem uma leve queda de 0,41%, cotada a R$ 4,124. No ano, entretanto, o dólar acumula alta de 24,9%, influenciado pelas turbulências de um ano eleitoral e pelos atritos comerciais no cenário externo. Na máxima desta quarta, a divisa americana chegou as R$ 4,1651.

O que dá o tom neste pregão é o cenário internacional, com a divulgação de dados importantes sobre a economia dos Estados Unidos, e a promessa de atuação no câmbio por parte do Banco Central (BC). Já o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, opera com alta de 0,99%, aos 78.273 pontos.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano, no segundo trimestre, foi revisado para uma taxa anualizada de 4,2%, informou o Departamento de Comércio dos EUA, em sua segunda estimativa para o trimestre de abril a junho. O dado ficou um pouco acima da taxa de 4,1% que o departamento informou em julho, e foi a mais forte desde o terceiro trimestre de 2014. Entretanto, o crescimento dos gastos dos consumidores, que responde por mais de dois terços da atividade econômica nos Estados Unidos, caiu a uma taxa de 3,8% no segundo trimestre, em vez dos 4,0% relatados anteriormente.

— De fato, os dados americanos são os grandes influenciadores do pregão desta quarta. Embora o PIB tenha sido revisado para cima, os números sobre consumo pessoal contribuem para que, por aqui, o dólar opere de forma instável, oscilando entre altas e quedas — avalia Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H. Commcor.

Um outro fator que, de certa forma, contribui para segurar a disparada do dólar no mercado local, foi o unúncio de atuação no câmbio por parte do BC brasileiro. A autoridade monetária anunciou que fará dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) na próxima sexta-feira, dia 31. Serão ofertados até US$ 2,15 bilhões, mas não se trata de dinheiro novo. A ideia é rolar os contratos que vencem em setembro para 5 de novembro e 4 de dezembro deste ano.

Nesta sessão, a moeda americana mantém a valorização em relação às principais divisas. O "Dollar Index", índice da Bloomberg que acompanha o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, tem alta de 0,13%.

Principais ações em alta

Em um dia positivo para o Ibovespa, as ações de maior peso na composição do índice operam em alta. Os papéis ordinários (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) da petrobras operam com valorização de 2,49% e 3,26%, respectivamente.

No sistema bancário, as ações ordinárias do Banco do Brasil e do Bradesco têm valorização de 1,71% e 0,77%, respectivamente. Os papéis do Itaú Unibanco avançam 1,42%.


Gabriel Martins, O Globo