sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Quem é Michael Wolff, autor do livro de polêmicas revelações sobre Trump?


Michael Wolff dá entrevista à NBC sobre livro que sacudiu governo Trump - BRENDAN MCDERMID / REUTERS

Com O Globo e agências internacionais
 



Cáustico, controverso e, agora, famoso. Aos 64 anos, o jornalista americano Michael Wolff viu o seu nome estampar a imprensa mundial do dia para a noite. Tudo por causa do seu polêmico livro "Fire and Fury" ("Fogo e Fúria", em tradução livre ao português), que traz revelações bombásticas sobre a campanha e o governo do presidente dos EUA, Donald Trump. O colunista da "The Hollywood Reporter", conhecido por oferecer aos leitores os bastidores das vidas de personalidades americanas, resolveu expandir o seu polêmico trabalho para nível nacional. E, agora, trava um cabo de guerra com a Casa Branca, que considera a sua publicação completamente falsa e tenta impedir a sua publicação.

Há anos, o jornalista é conhecido como fonte das fofocas da elite de Manhattan. Já escreveu também diversas biografias que não agradaram nada os biografados. Um deles, inclusive, foi Rupert Murdoch, o famoso magnata da mídia americana, que entrou numa disputa pública contra Wolff pela sua biografia lançada em 2008. Não raro, foi acusado de exagerar nas reportagens, floreando os fatos e deixando-se escapar da realidade, para torná-los mais atraentes.

"Historicamente, um dos problemas com a onisciência de Wolff é que, embora ele saiba tudo, ele entende parte da história errado", escreveu, em 2008, Daid Carr, colunista do "The New York Times" numa revisão de um livro do jornalista que continha erros.

'Fire and Fury' em destaque em livraria de Nova York - SHANNON STAPLETON / REUTERS


Mas, ainda assim, apesar de toda a controvérsia ao redor da sua imagem, Wolff estava longe de ser conhecido mundialmente como o homem que desafiou a chefe da Casa Branca. Agora, os advogados de Trump ameaçam processá-lo judicialmente por difamação. Mas o autor não parece se deixar intimidar: ao invés de desistir da publicação do livro, ele criticou o presidente novamente, dizendo que a sua equipe em Washington o considera "uma criança sem credibilidade".

Não está claro quanto do seu livro é verdadeiro. Alguns trechos já publicados, no entanto, têm erros de apuração. Por exemplo. Wolff diz que uma reportagem da CNN revelou o dossiê que acusava Trump de manter práticas sexuais exóticas com prostitutas. Mas o veículo correto seria o site BuzzFeed. Além disso, o jornalista diz que o presidente, ao ser eleito, não sabia quem era John Boehner, então líder republicano na Câmara dos Representantes. Porém, na verdade, os dois tinham jogado golfe juntos bem antes de Wolff ter ganhado acesso à Casa Branca.