quinta-feira, 2 de março de 2017

‘É mentirosa’, reage Dilma 'trambique', a vigarista 'honrada', à denúncia de que pediu dinheiro a Odebrecht

O Estado de São Paulo

Por meio de nota divulgada por sua Assessoria de Imprensa, ex-presidente afirma que não indicou seu ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para representá-la 'junto a qualquer empresa' para arrecadar recursos das campanhas presidenciais de 2010 e 2014


A ex-presidente Dilma Rousseff. Foto: Evaristo Sá/AFP
A ex-presidente Dilma Rousseff. Foto: Evaristo Sá/AFP

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) negou nesta quinta-feira, 2, por meio de sua assessoria de imprensa que tenha pedido recursos ao empreiteiro Marcelo Odebrecht para a campanha de 2014. Em depoimento na Ação de Investigação Judicial Eleitoral contra a chapa Dilma/Temer, o empresário disse ao ministro Herman Benjamin, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, que 4/5 das doações para a campanha foram realizadas via caixa 2. Ao todo, segundo ele, foram repassados R$ 150 milhões.
“É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014”, declarou.
“A insistência em impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos.”
Odebrecht está preso desde junho de 2015 em Curitiba, base da Operação Lava Jato. Ele foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Durante quatro horas, nesta quarta-feira de Cinzas, 1, Odebrecht depôs ao ministro Herman Benjamin. Segundo ele, o dinheiro para a campanha de Dilma saía de uma conta que ele administrava junto às empresas do grupo.
VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA DA EX-PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF
NOTA À IMPRENSA
Sobre as declarações do empresário Marcelo Odebrecht em depoimento à Justiça Eleitoral, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff afirma:
1. É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014.
2. Também não é verdade que Dilma Rousseff tenha indicado o ex-ministro Guido Mantega como seu representante junto a qualquer empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas presidenciais. Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação.
3. A insistência em impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos.
4. Estranhamente, são divulgadas à imprensa, sempre de maneira seletiva, trechos de declarações ou informações truncadas. E ocorrem justamente quando vêm à tona novas suspeitas contra os artífices do Golpe de 2016, que resultou no impeachment da ex-presidenta da República.
5. Dilma Rousseff tem a certeza de que a verdade irá prevalecer e o caráter lesivo das acusações infundadas será reparado na própria Justiça.
6. Por fim, cabe reiterar que todas as doações às campanhas de Dilma Rousseff foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
DILMA ROUSSEFF