Carolina Brígido - O Globo
Dirigentes queriam receber mesmo benefício concedido a ex-diretor da Petrobras solto em dezembro
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou habeas corpus a dois executivos da Camargo Corrêa presos na Operação Lava-Jato: o diretor-presidente, Dalton dos Santos Avancini, e o presidente do Conselho de Administração da empresa, João Ricardo Auler. Os dois estão presos preventivamente na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e continuarão atrás das grades por tempo indeterminado.
Os dirigentes foram presos no dia 15 de novembro, com a deflagração da sétima fase da Lava-Jato. A Camargo Corrêa é suspeita de integrar um “clube” de empreiteiras que combinava contratos com a Petrobras em troca do pagamento de propina a políticos.
No pedido feito ao STF, a defesa dos executivos argumentou que os dois estavam presos pelos mesmos motivos que ensejaram a prisão do ex-diretor da Petrobras Renato Duque.
Há duas semanas, o STF confirmou o habeas corpus concedido a Duque, por falta de fundamentação suficiente no decreto de prisão. Os executivos da Camargo Corrêa queriam obter o mesmo benefício. Na decisão, Zavascki afirmou que a situação dos executivos não é idêntica à de Duque – portanto, negou o habeas corpus.
A Operação Lava-Jato investigou esquema de desvio de recursos públicos na Petrobras.
Há indícios de superfaturamento e pagamento de propina. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar em breve ao STF pedidos de abertura de inquérito contra autoridades suspeitas de participar do esquema. A parte da operação referente a pessoas sem direito ao foro especial está nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba.