Blog Ricardo Setti - Veja
O excelente jornalista e querido amigo Lauro Jardim contou, lá em seu imperdível Radar on-line:
“A guerra começou a ganhar ares perigosos na disputa ao Palácio do Planalto. Marina Silva estava em Brasília, no domingo, indo de carro a um evento de campanha em Ceilândia, cidade-satélite do Distrito Federal.
No meio do caminho, Marina recebeu um telefonema: os agentes da Polícia Federal responsáveis pela sua segurança orientaram que ela cancelasse a agenda. Segundo os policiais, vários militantes do PT a aguardavam, indóceis.(…)”
Lauro relata em seguida que Marina foi em frente, e felizmente não aconteceu nada.
Agora, vamos e venhamos: à Polícia Federal, que cabe POR LEI garantir a vida e a integridade física dos candidatos à Presidência — magnífica providência republicana adotada já nas eleições de 1989 –, não tem que alertar candidato a NÃO IR a determinado lugar por causa de baderneiros!!!
Tem que GARANTIR a presença do candidato e REPRIMIR os baderneiros!!!
Que lógica espantosa é essa? Se a polícia não mantém a ordem, a quem um candidato — e qualquer cidadão — vai recorrer?
Ou deve-se recorrer à lógica do Rio de Janeiro, em que candidatos desejosos de realizar atos nas “comunidades” negociam previamente com os chefes do narcotráfico, marcam a hora — e tudo ocorre às mil maravilhas.