Vamos recapitular, de acordo com o comunicado absolutamente verdadeiro das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), que traduzo e adapto abaixo:15 de julho:
IDF suspendeu ataques em Gaza por 6 horas. Naquele período,
O HAMAS DISPAROU 50 FOGUETES CONTRA ISRAEL.
17 de julho:
Israel concordou com pedido da ONU por um corredor humanitário em Gaza.
HAMAS CONTINUOU ATIRANDO DE GAZA.
20 de julho:
Israel concordou com um pedido de cessar-fogo da Cruz Vermelha em Shuja’iya.
HAMAS CONTINUOU ATIRANDO DE SHUJA’IYA.
26 de julho:
Israel concordou com corredor humanitário em Gaza.
HAMAS DISPAROU MAIS DE 6 FOGUETES CONTRA ISRAEL.
1 de agosto (hoje):
Israel concordou com cessar-fogo de 72 horas.
HAMAS MATOU DOIS SOLDADOS DO IDF E APARENTEMENTE SEQUESTROU OUTRO.
TODAS AS VEZES QUE ISRAEL CONCORDA COM UM CESSAR-FOGO, O HAMAS O VIOLA.
E ainda há quem confie em palavra de terrorista e/ou esquerdista? Em Dilma Rousseff? Em John Kerry? Em Barack Obama? Dessa vez, não durou mais do que 90 minutos a suposta paz em Gaza. O tempo de uma partida de futebol.

Hadar Goldin, 23 anos, sequestrado pelo Hamas
Em entrevista à CNN, o tenente-coronel e porta-voz do IDF Peter Lerner afirmou que o Hamas se aproveitou do cessar-fogo, iniciado às 8 da manhã, para atacar as forças israelenses, às 9:30 (3:30 de Brasília). Os terroristas saíram de um túnel, segundo ele, e um homem-bomba explodiu a si próprio matando dois soldados – o major Benaya Sarel, de 26 anos, e o sargento Liel Gidoni, de 20. Com a troca de tiros, eles voltaram para o túnel, levando “um dos nossos garotos”, o segundo tenente Hadar Goldin, de 23 anos, da Brigada Givati, que está para casar, acrescento eu, em algumas semanas.
(Você dificilmente verá na imprensa qualquer coisa a respeito da vida de Goldin, Sarel ou Gidoni, porque o ódio anti-Israel só permite a comoção com os mortos palestinos.)

“Este é um modus operandi específico que eles colocaram em prática”, disse Lerner ao âncora Wolf Blitzer. “Eles fizeram isso com três adolescentes há sete ou oito semanas. Eles fizeram isso com Gilad Shalit. Isso é algo que eles fazem. Esta é uma realidade neste tipo de conflito em que estamos. Estávamos respeitando um cessar-fogo humanitário, com a mediação da comunidade internacional com os EUA e as Nações Unidas. E é isso que essa organização terrorista tem feito.”
Se casos anteriores servirem de guia, é provável que o Hamas exija dezenas ou centenas de seus terroristas presos em troca de Goldin – ou irá matá-lo. Até dois dias atrás, 179 haviam sido presos, segundo o ministro de relações exteriores de Israel, Tzachi Hanegbi.
Na CNN, Lerner reiterou ainda o quão perigosos são “esses túneis que têm um objetivo: terrorismo, morte, destruição”. Já mostrei aqui que o Hamas explorou trabalho infantil para construí-los e que pelo menos 160 crianças morreram durante o processo. Os israelenses dizem que descobriram 35 desses túneis, destruíram cerca de metade deles e que não vão sair de Gaza enquanto houver algum:
“O governo israelense não sobreviveria se nós soubéssemos que existem túneis, que eles estão lá, mas nos retirássemos e fôssemos dizer à população que mora na região da fronteira que eles vivem em um cassino – que talvez eles [os terroristas] vão vir e vão matá-los, talvez não”, disse Hanegbi.
A cumplicidade da ONU
Pelo menos três soldados do IDF foram mortos e dezenas ficaram feridos na quarta-feira por conta de uma explosão em uma clínica de saúde da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) onde haviam encontrado um túnel do Hamas. O edifício inteiro simplesmente caiu em cima deles e as investigações apontam que os terroristas haviam colocado explosivos nas paredes durante a construção! Na terça, um arsenal de foguetes do Hamas foi encontrado em uma escola da ONU em Gaza, no terceiro caso desse tipo desde o início da operação.
Hanegbi disse que a UNRWA tem continuamente devolvido os mísseis para o Hamas “pondo em perigo as vidas israelenses”: “Em vez de culpar e condenar Israel, a UNRWA deveria fazer um esforço real para parar de ser manipulada e utilizada pelas organizações terroristas.”
Quando alguém da ONU fala a respeito, tem-se no máximo declarações genéricas, que não culpam ninguém, como a daquele porta-voz, Chris Gunness, que chorou ao falar das crianças mortas:
“Condenamos o grupo ou os grupos que colocaram civis em perigo, escondendo essas munições em nossa escola. Esta é mais uma flagrante violação da neutralidade de nossas instalações. Apelamos a todas as partes em conflito que respeitem a inviolabilidade da propriedade da ONU.”
Quer dizer: apela a todas as partes, menos à própria entidade.
A cumplicidade do governo ObamaOs contribuintes americanos colaboram indiretamente com o Hamas na construção dos túneis (inclusive no fornecimento de equipamentos), no armazenamento de armas e noutras empreitadas terroristas facilitadas pela UNRWA de duas formas: através dos recursos de ajuda aos palestinos, desviados pelo grupo; e pagando pela manutenção da ONU.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, condenou o ataque de hoje do Hamas como “ultrajante”. “Ultrajante”, como já havia dito no dia 29 o ministro israelense Uri Ariel, foi a pressão do governo Obama pelo cessar-fogo que, como também avisei aqui, só favoreceria o Hamas: “Deixe-nos em paz”, dissera Ariel. “Vão cuidar da Síria.” Mas é claro que não foram.
Não há situação ruim no mundo que a esquerda não possa – e queira – piorar.