Ex-primeira-dama irá viajar aos EUA no lugar do ex-presidente, que não teve o passaporte devolvido por Alexandre de Moraes
Ex-presidente Jair Bolsonaro, ao lado da mulher, Michelle Bolsonaro | Foto: Divulgação/Palácio do PlanaltoEm entrevista ao Faroeste à Brasileira desta quinta-feira, 16, o expresidente Jair Bolsonaro revelou com exclusividade que sua mulher, Michelle Bolsonaro, o representará na posse do presidente norte-americano Donald Trump.
Também devem comparecer seus filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro. Bolsonaro disse que Michelle também foi convidada para a cerimônia “e vai fazer sua parte”. “Ela vai ter um tratamento bastante especial lá, pela consideração que o presidente Trump tem para comigo”, disse o ex-presidente.
Michelle deve viajar aos Estados Unidos na manhã de sábado, 18, quando embarcará no Aeroporto Internacional de Brasília, segundo Bolsonaro. O ex-presidente ainda revelou que pretendia aproveitar a viagem para se encontrar com líderes de direita no mundo, como o húngaro Viktor Orbán, o argentino Javier Milei, a italiana Giorgia Meloni e o salvadorenho Nayib Bukele.
Ex-presidente Jair Bolsonaro, ao lado da mulher, Michelle Bolsonaro - Foto: Divulgação/Palácio do PlanaltoBolsonaro disse ter construído relações de amizade com Trump ao longo de dois anos e que o norte-americano manteve seu apoio a ele, mesmo depois de sair da Presidência.
“É comum, quando você está no poder, ter seus amigos, mas quando deixa o poder, 90% vai embora”, reflete. “Com Trump isso não aconteceu.” O ex-presidente disse que não comentaria os pormenores da decisão de Alexandre de Moraes em não devolver seu passaporte por orientação de seus advogados, mas frisou que ainda há caminhos legais para que ele possa retomar o direito a viajar ao exterior, ainda que considere uma “esperança muito pequena”.
“Não sou réu em nada, não devo nada pra ninguém”, disse Bolsonaro.
“Não fui julgado por ninguém, estou sendo julgado por narrativas.”
“Inelegível por quê?”, questiona Bolsonaro
O ex-presidente ainda contestou as razões pelas quais foi declarado inelegível, como a reunião com embaixadores para tratar sobre as urnas eletrônicas.
“A política de reunir-se com embaixadores é privativa do Presidente da República”, aponta.
Na ocasião, recorda Bolsonaro, o encontro discutia o Inquérito Policial nº 1.361/2018-4, instaurado para apurar possível ataque hacker contra as urnas eletrônicas do sistema eleitoral brasileiro.
“No dia seguinte, esse inquérito foi classificado como confidencial.”
Bolsonaro ainda rechaça a acusação de que tenha usado a estrutura dos desfiles de 7 de setembro de 2022 para fazer campanha eleitoral. “Acabou o desfile, entreguei a faixa e subi no carro de som, que era do pastor Silas Malafaia, e falei com o povão”, justifica.
Revista Oeste