terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Phelps sobre atleta transexual na natação: ‘Competição precisa ser em pé de igualdade’

Para o multicampeão Phelps, presença de transexual na categoria feminina da natação deve provocar debate sobre igualdade de condições no esporte


Lia Thomas: vitórias consecutivas após mudança de categoria
Lia Thomas: vitórias consecutivas após mudança de categoria | Divulgação/UPenn

O ex-atleta Michael Phelps, maior campeão da história da natação, acredita que o recente sucesso de Lia Thomas , que compete na categoria feminina por se declarar transexual, é um caso “complicado” e tem paralelos com o doping. Para Phelps, é preciso haver regras que garantam igualdade de competição no esporte.

Em entrevista à rede CNN, o ex-nadador mediu as palavras, mas enfatizou a importância de uma competição nivelada entre os atletas. “Sinceramente, a única coisa que eu quero é que todo mundo seja capaz de competir em condições de igualdade. Isso é tudo que eu posso dizer”, afirmou ele.

Lia Thomas tem 22 anos, é atleta da Universidade da Pensilvânia e tem obtido vitórias consecutivas na Ivy League, a liga universitária mais tradicional dos Estados Unidos. O site da universidade mostra que Thomas competiu na categoria masculina (com o nome de nascimento Will Thomas) até a temporada 2019-2020, antes de assumir uma identidade feminina.

Ao tratar do caso da transexual, Phelps também fez uma menção aos casos de doping na natação. “Eu posso falar do ponto de vista do doping. Eu acho que em nenhum momento da minha carreira eu competi em um ambiente limpo. (…) Acredito que isso nos traz de volta aos comitês organizadores, porque é preciso ter uma competição em pé de igualdade. É algo de que nós todos precisamos. Isso é o que os esportes são”, disse ele.

Em outra passagem, o detentor de 23 medalhas olímpicas afirmou que não tem preconceito contra pessoas que se identificam como transexuais, mas reafirmou que esportistas precisam competir em igualdade de condições. “Eu não sei aonde isso vai dar. Eu não sei o que vai acontecer. Eu acredito que todos nós deveríamos nos sentir confortáveis com o que nós somos, em nossa própria pele. Mas eu acredito que os esportes devem ser disputados em pé de igualdade”, afirmou ele.


Gabriel de Arruda Costa, Revista Oeste