terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Mais de mil advogados publicam nota de repúdio ao Grupo Prerrogativas

 Signatários do documento criticaram falas proferidas durante evento em prol do ex-presidente Lula


Jantar em prol de Lula, realizado pelo Grupo Prerrogativas | Foto: Reprodução/YouTube
Jantar em prol de Lula, realizado pelo Grupo Prerrogativas | Foto: Reprodução/YouTube

Um grupo de 1.143 advogados de todo o Brasil divulgou nesta terça-feira, 18, uma nota de repúdio ao Grupo Prerrogativas, que se tornou conselheiro jurídico do ex-presidente Lula. A carta critica falas proferidas durante um jantar em prol do petista, realizado em 19 de dezembro de 2021, em São Paulo, pelo Prerrogativas.

O evento se deu para aproximar Lula do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, possíveis parceiros de chapa. No jantar, o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira declarou: “Se o crime já aconteceu, de que adianta punir? (…) Que se puna, mas que não se ache que a punição irá combater a corrupção”.

Alberto Toron, outro advogado do Prerrogativas, também se manifestou no encontro. “Lula é o símbolo mais elevado da justiça”, disse, ao entregar uma beca ao petista. “Esse santo manto que nos iguala a juízes e promotores, que você merece, por significar Justiça na mais elevada acepção dessa palavra”.

“A advocacia brasileira não glamouriza o crime, o criminoso, a injustiça, a impunidade nem a corrupção”, rebateram os advogados contrários ao Grupo Prerrogativas. “A maioria dos bons advogados prima pela correção de atitudes, pela ética, pela moralidade, respeito às leis e à justiça”, argumentaram.

Segundo os advogados, as declarações são uma “afronta ao bom senso e tem como condão criar uma fantasia absurda”. “A afirmativa não se sustenta perante seus pares de profissão e nem ao crivo da crítica da sociedade, que não se deixa enganar com falsa verdade”, salientaram os signatários da nota.

No documento, os advogados contra o Prerrogativas defendem uma união de profissionais do Direito do Brasil “na luta incessante por ética, moralidade, respeito às leis e à Justiça, equilíbrio necessário ao Estado de Direito”.

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Cristyan Costa, Revista Oeste