segunda-feira, 1 de junho de 2015

"É maluquice"

Diogo Mainardi e Mário Sabino - O Globo


Leia mais um trecho da reportagem do Estadão sobre o contrato do BNDES com a República Dominicana. O documento foi descoberto por O Antagonista e entregue em meados de maio às autoridades competentes:
"Desde 2007, o BNDES reforça o apoio ao que se chama de exportações de serviços, especialmente nos financiamentos para que grandes empreiteiras brasileiras pudessem fazer obras no exterior. O Estado teve acesso ao primeiro de um desses contratos de crédito. Segundo avaliação de profissionais do mercado financeiro, nessa operação o banco só não teve prejuízo porque usou, em condições muito especiais, o dinheiro barato do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, que banca benefícios sociais como o seguro-desemprego..
Pelas simulações realizadas a pedido do ‘Estado’ por profissionais do mercado financeiro, o negócio com a República Dominicana é “muito ruim”. Primeiro, porque o subsídio foi relevante – 13% do valor do empréstimo, sem que seja claro o ganho para o Brasil. Em 2013, quando assinou com o BNDES, a República Dominicana fez captação de 10 anos pagando a taxa Libor mais 3,44%, mas o BNDES emprestou pela Libor mais 2,3%. Se usasse o próprio dinheiro, e não o do FAT, teria prejuízo. Em 2013, o banco fez uma captação em 10 anos, pagando Libor mais 2,77% – 0,47 ponto porcentual acima da taxa do empréstimo. “É maluquice: o que estão fazendo lá?”, disse um dos executivos consultados".