Em nota pública, a dupla lamenta a decisão do governo dos Estados Unidos e afirma que brasileiros perderam 'janela de oportunidade'
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo divulgaram nesta sexta-feira, 12, uma nota pública em que lamentam a decisão mais recente do governo dos Estados Unidos de retirar as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro - Recebemos com pesar a notícia da mais recente decisão anunciada pelo governo americano. Somos gratos pelo apoio que o presidente Trump demonstrou ao longo dessa trajetória e pela atenção que dedicou à grave crise de liberdades que assola o Brasil.
No texto, os dois afirmam que a sociedade brasileira perdeu uma “janela de oportunidade” para construir unidade política e enfrentar problemas estruturais internos.
Segundo eles, “a falta de coesão e o apoio insuficiente a iniciativas no exterior teriam contribuído para o agravamento do cenário atual”. Eles também agradecem ao presidente Donald Trump pelo apoio ao que chamam de “crise de liberdades” no Brasil e dizem esperar que o republicano seja bem-sucedido na defesa dos interesses estratégicos dos Estados Unidos.
A retirada das sanções contra Moraes
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos retirou os efeitos da Lei Magnitsky sobre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a mulher dele, a advogada Viviane Barci de Moraes, e a instituição vinculada ao casal, o Instituto Lex. A decisão do governo norteamericano tornou-se pública nesta sexta-feira, 12.
Por volta das 15h de hoje, os nomes de Moraes, Viviane e Lex já não constavam mais no site de sancionados pela Magnitsky. Em comunicado, o Departamento do Tesou.
A retirada das sanções da Lei Magnitsky sobre Moraes já estava sendo analisada há duas semanas pelas autoridades norteamericanas. Conforme os jornalistas Edilson Salgueiro e Carlo Cauti, de Oeste, a decisão favorável ao ministro do STF faria parte de acordo comercial entre o Brasil e os EUA. A informação foi publicada em 4 de dezembro.
“A negociação envolve a concessão de terras raras brasileiras para exploração norte-americana, o fim da censura contra as mídias sociais, o cancelamento de impostos contra as big techs, a colaboração brasileira no combate ao crime organizado e o término de qualquer cooperação do Brasil com a China no setor de satélites”, informam Salgueiro e Cauti.
“Neste último caso, a empresa Starlink, do empresário Elon Musk, poderia se beneficiar.”
Os irmãos Joesley e Wesley Batista foram interlocutores das negociações entre os dois governos. Eles são controladores do grupo J&F, que, entre outros negócios, detém as operações da JBS, principal fornecedora de proteína animal tanto no Brasil quanto nos EUA. O governo dos EUA havia inserido Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky em 30 de julho.
Na ocasião, o Departamento de Estado
norte-americano entendeu que o ministro era um violador de
direitos humanos.
Rachel Diaz - Revista Oeste