O ministro pode em breve se ver barrado em solo americano, com seu prestígio reduzido a uma nota de rodapé apagada
A lexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, forjou um reinado com artimanhas dignas dos tiranos mais sombrios da história.
Acusado de torcer a lei para pulverizar inimigos políticos e rasgar a Constituição que jurou defender, seu trono balança sobre areia movediça. Sua cruzada de lawfare — alvejando aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro com prisões, bloqueios nas redes sociais e até o apagão de plataformas inteiras — o transformou num pária para muitos brasileiros. Mas foi nos Estados Unidos, com sua máquina jurídica implacável, que Moraes escorregou numa armadilha que nem seu ar de intocável, tão comum em entrevistas e bravatas fora dos autos, pode desfazer. Do Capitólio aos tribunais federais, a América traçou uma linha vermelha, e o nome de Moraes está cravado nela em letras garrafais.
A resposta americana ao que se passa no Brasil não é um leve franzir de testa ou um tapinha de advertência. É um rugido que ecoa alto e claro. A ordem de Moraes em 2024 para suspender plataformas como o X, interrompendo milhões de usuários e ameaçando a liberdade de expressão global, ateou fogo em Washington — especialmente depois que os Arquivos do Twitter Brasil expuseram um prefácio indigesto do que estava por vir.
Parlamentares, farejando um vírus de censura que poderia invadir suas costas, revidaram com fúria. Em fevereiro de 2025, a Comissão de Justiça da Câmara aprovou a “Lei Não aos Censores em Nossas Costas” (“No Censors in our Shores Act”) com um apoio bipartidário raro na polarizada Washington, mirando figuras como Moraes que ousam amordaçar os direitos da Primeira Emenda.
O projeto, empunhado por soldados da liberdade como o congressista Rich McCormick, não é um convite ao diálogo — é uma sentença de deportação e banimento dos EUA. Moraes, que se imaginava reinando sobre o discurso direto de Brasília, pode em breve se ver barrado em solo americano, com seu prestígio reduzido a uma nota de rodapé apagada.
E não é apenas o Congresso Americano que não se limita a puxões de orelha simbólicos. A Lei Global Magnitsky, um martelo implacável contra violadores de direitos humanos, está na mesa, com Moraes como alvo principal. Seu currículo — dezenas de indiciamentos desde 2023, prisões sem justificativa, contas bancárias bloqueadas e multas por posts nas redes — parece um roteiro de ditador, não o diário de um juiz. Senadores e deputados americanos, indignados com o que já chamam de “uma vingança judicial para manipular as eleições de 2026” no Brasil, pressionam por sanções que podem congelar os bens de Moraes, proibir suas viagens e marcá-lo como um pária internacional. A mensagem do Atlântico mais ao norte é cristalina: a América não tolera tiranos disfarçados de toga, e o reinado de Moraes podem estar com os dias contados.
Uma jogada vil Porém, o verdadeiro barril de pólvora é o caso de Filipe Martins, exassessor de Bolsonaro, cuja perseguição expôs o maior erro de Moraes — e abriu o caminho mais claro para desmascará-lo na América. Preso por seis meses em 2024, Martins foi acusado de um suposto “complô golpista” com base numa farsa: ele teria fugido para os EUA com Bolsonaro em dezembro de 2022. A defesa apresentou provas incontestáveis — recibos de restaurantes, registros de viagem, documentos variados — de que ele nunca saiu do Brasil, mas Moraes o manteve atrás das grades, supostamente para arrancar uma confissão à força.
O caso explodiu nesta semana em Tampa, na Flórida, onde os advogados de Martins cravaram uma vitória demolidora. Na quartafeira, 9 de abril, um juiz federal na Flórida aprovou o processo de Filipe Martins contra o Departamento de Segurança Interna e a Alfândega, desencadeando uma caçada para descobrir quem falsificou o nome de Martins no sistema de imigração americano.
Esse registro forjado, alegando uma entrada ilegal nos EUA, foi o alicerce da prisão decretada por Moraes — uma jogada vil que agora rui sob o escrutínio americano.
O processo em Tampa é uma bomba-relógio: falsificar registros de imigração nos EUA não é um deslize qualquer — é um crime federal ligado à segurança nacional. Sob o presidente Donald Trump e o czar da fronteira Tom Homan, essa é uma linha vermelha que ninguém cruza impune. Com a postura de tolerância zero e integridade das fronteiras da atual administração, qualquer rastro das possíveis digitais de Moraes — ou de quem quer que tenha agido a seu mando — será exposto. Multas pesadas, prisão ou até mandados internacionais não são apenas ameaças; são possibilidades que o Departamento de Justiça está pronto para executar. A luz da justiça americana está acesa, mirando os segredos de quem agiu nas sombras.
A máscara de herói vira cinzas
Moraes teme a verdade, e isso está escancarado. No mesmo dia da audiência que iniciou o processo para esclarecer a fraude usada para justificar a prisão ilegal de Martins, ele se afundou ainda mais. Que celular — provas que poderiam pulverizar ainda mais as acusações de “golpe”. Como se não bastasse, nesta mesma semana, num surto de obsessão para apagar Filipe Martins da existência, Moraes multou-o em R$ 20 mil por aparecer em silêncio num vídeo postado no Instagram de seu advogado, doutor Sebastião Coelho, em 2024, citando uma “violação” de sua inconstitucional proibição de redes sociais, imposta a Martins e a dezenas de outras vítimas.
Desembargador Sebastião Coelho - Filipe Martins comparecendo ao Fórum de Ponta Grossa - PR. Rotina das segundasfeiras, imposta pelo Ministro Alexandre de Moraes! View all 5,345 comments Add a comment...
Os defensores de Moraes ainda tentam vender a fábula de que ele é o guardião do Brasil, brandindo o 8 de janeiro e a “defesa das eleições” de 2022 como troféus. Mas ponha isso na balança com violações constitucionais, supressão de provas e agora uma possível fraude num sistema americano, e a máscara de herói vira cinzas. Os EUA não engolem essa: Moraes não protege a democracia — ele a estrangula. Com a “Lei Não aos Censores” correndo para votação, sanções Magnitsky ganhando força e o caso de Martins em Tampa desenterrando camadas de mentiras, a reação americana é uma onda colossal se erguendo no horizonte.
Parlamentares redigem resoluções, tribunais cavam pela verdade, e o governo Trump enfrenta pressão para golpear com firmeza. Moraes quis posar de imperador, mas cutucou uma nação que não se curva a covardes com ares de valentão.
E, então, há o toque final risível do retrato da semana: a recente sessão de fotos de Moraes para a revista The New Yorker, um espetáculo grotesco de desespero narcisista. Desfilando como um astro de rock em fim de carreira, ele tentou posar sério, com olhares de quem finge ignorar a tempestade que se arma contra ele. Mas as imagens, encharcadas de autoidolatria, não foram um trunfo — foram um fiasco, uma máscara de apreensão mal disfarçada.
O pasquim de extrema esquerda, que já bajulou Kamala Harris como a messias de 2024 e gênio político supremo, agora tenta vender Moraes como o próximo guru da justiça global, como se um ensaio brilhoso pudesse apagar sua trilha de abusos. Dá para levar a sério? Só quem acha que capas de revista reescrevem a história. Se Moraes achou que uma sessão bajuladora na revista The New Yorker blindaria seu legado de inconstitucionalidades ou amoleceria os ânimos dos ianques, errou feio — e o tombo promete ser épico. Não há barbárie que resista para sempre ao peso da verdade.
Enquanto Moraes se pavoneava diante do espelho, parlamentares americanos afiavam canetas contra tiranos e censores, juízes sérios assinavam ordens para investigações de verdade, e os falcões da fronteira de Tom Homan miravam seus alvos, onde quer que estivessem.
Apesar da maquiagem para as fotos, a realidade “cara lavada” de Alexandre de Moraes pode vir sem visto, com sanções econômicas e, quem sabe, uma ficha criminal federal na América. A pedra no sapato de Moraes não é só Martins ou a Justiça americana; é a verdade, dançando com graça rumo ao centro do palco, onde ele não terá como fugir dos holofotes.
Ana Paula Henkel - Revista Oeste