Munique, janeiro de 1943, da esquerda para a direita: Hans Scholl, Sophie Scholl e Christoph Probst | © USHMM
Como membro do grupo pacífico de resistência chamado Rosa Branca, Sophie Scholl se opôs fortemente ao regime nazista que estava no poder na Alemanha. Por causa de sua coragem e depois de sua execução em 22 de fevereiro de 1943, Scholl se tornou, aos 21 anos de idade, uma das heroínas mais famosas da Segunda Guerra Mundial.
Os primeiros anos de Scholl
Sophie Magdalena Scholl nasceu em 9 de maio de 1921 em Forchtenberg, Alemanha. Seu pai, Robert Scholl, era um político oponente do nazismo. Sophie Scholl cresceu em uma família de seis filhos no estado alemão da Baviera. Em 1932, a família Scholl se mudou para Ulm, onde Sophie foi para a escola e se matriculou na Liga das Moças Alemãs (em alemão: Bund Deutscher Mädel – BdM), uma organização de jovens na Alemanha Nazista para moças com idade entre 14 e 18 anos. Ela fez isso não porque apoiasse as ideias do partido nazista, mas simplesmente porque todas as meninas da classe o fizeram.
Aversão ao regime nazista
Depois de um tempo na BdM, Sophie começou a se tornar cada vez mais consciente de sua preferência política. Ela escolheu seus amigos baseado especificamente em suas preferências políticas. Scholl entrou em contato com vários artistas por meio de seu talento para o desenho. O regime não permitia mais que fizessem arte, porque sua arte não correspondia à imagem dos nazistas. Por causa de seus novos amigos, Scholl passou a se interessar por filosofia e teologia. Também por causa dos muitos livros que a jovem leu sobre o assunto, seu interesse só aumentou.
A Rosa Branca
Depois que Scholl serviu obrigatoriamente para o Império Alemão, ela se matriculou na Universidade de Munique, onde estudou biologia e filosofia. O irmão de Sophie, Hans Scholl, estava então estudando medicina na Universidade de Munique. Quando Hans apresentou Sophie aos amigos, Sophie não sabia que seu irmão estava envolvido em um grupo de resistência passiva. Quando ela encontrou um panfleto de ‘A Rosa Branca’ com seu irmão, ela percebeu que seu irmão estava participando disso e decidiu participar ela mesma.
Os Panfletos da Rosa Branca
O grupo de resistência ao regime nazista já havia escrito, impresso e distribuído cerca de cinco panfletos diferentes. Quando Sophie foi informada por sua amiga que lutou na Frente Oriental sobre os crimes que os nazistas cometeram contra judeus e prisioneiros de guerra ali, membros do grupo de resistência decidiram que tinham que fazer algo.
Em 18 de fevereiro de 1943, o dia em que o sexto panfleto foi distribuído, a jovem Sophie jogou um punhado deles da balaustrada de seu salão universitário. A estudante só não sabia que aquele dia seria o último em que ela distribuiria seus panfletos; Sophie Scholl foi vista em sua ação por um zelador que era membro da SA, milícia paramilitar durante o período em que o Nazismo exercia o poder na Alemanha. Naquele mesmo dia, ela, seu irmão Hans e um terceiro membro de seu pequeno grupo de resistência, Christoph Probst, foram presos e encarcerados.
Essa mínima resistência estudantil, tão delicada e preciosa, atingiu o regime nazista em um momento de fraqueza; em fevereiro de 1943, quando a batalha por Stalingrado foi perdida e as oportunidades viraram na África também. Esse sexto panfleto falava sobre como Hitler enganou o povo alemão e como 330.000 soldados alemães foram mortos.
Apenas quatro dias depois, em 22 de fevereiro, um falso julgamento foi realizado, no qual eles tiveram que suportar os insultos do juiz nazista Roland Freisler. Sophie, seu irmão Hans e todos os outros membros presos foram condenados à morte. No caminho para a guilhotina onde seria executada, suas últimas palavras foram: “Um dia tão lindo de sol, e eu tenho que partir. Mas quantos têm que morrer nos campos de batalha nestes dias, quantas vidas jovens e esperançosas … E o que é a minha morte se conseguirmos sacudir e despertar milhares de pessoas com os nossos atos?”.
Fontes: Holocaust-history.org; Holocaustresearchproject.org.
Thaís Garcia, Conexão Política