segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

"A China e os 'sino-jornalistas' brasileiros: O Brasil e o resto do mundo começam a descobrir as reais intenções e o projeto de poder chinês", escreve Carlos Sampaio

 

Ao responder um Twitter do deputado Eduardo Bolsonaro, que disse: "O Brasil apoia projeto dos EUA para o 5G e se afasta da tecnologia chinesa", que depois foi apagado por ele, o Embaixador chinês, em resposta, ameaçou o Brasil: “O Brasil poderá arcar com consequências negativas”.

Espantosamente, os jornais brasileiros expuseram em manchetes que a China, uma ditadura comunista das mais cruéis, tem toda razão, que Eduardo Bolsonaro foi “inconveniente e precipitado”, isto é, nenhuma opinião, nenhuma apreciação ou conceito sobre negócios ou sobre a horripilante ditadura Chinesa é permitida aos brasileiros, nós devemos abaixar as calças e dar o bumbum para o chicote chinês nos punir.

Alegam os jornalistas de O Globo, Folha, Estadão, e as redes de TV Globo, Bandeirantes, bem como a Globonews e a CNN, que o Brasil poderá sofrer consequências terríveis se não seguir direitinho o que os chineses dizem.

Segundo esses “sino-jornalistas”, fantasiados de brasileiros, nosso país deverá fazer tudo aquilo que os chineses querem ou os chineses deixarão de comprar nossos produtos.

O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero em entrevista para Jovem Pan, disse:

“Deveria levar muito a sério a advertência que cedo ou tarde a China vai reagir com alguma coisa forte. Se reagir com uma medida forte, o Brasil vai ficar muito mal, porque o que salva o balanço de pagamentos e o nosso comércio externo é a China. Exportamos 35% de tudo que vendemos para a China. A cada dólar que exportamos para os Estados Unidos, exportamos 3,4 dólares para os chineses. Então o governo está brincando com fogo”.

Aí está, amigos, ou Brasil se curva ou se ferra! É a previsão do “grande Ricupero” e seus amigos “sino-jornalistas”, fantasiados de brasileiros!

Argumentam que tudo hoje é produzido na China. Sim, é, mas não porque os chineses fizeram boas fábricas, mas porque ofereceram mão-de-obra barata, para que todas as grandes empresas do mundo se instalassem lá e de lá mandassem seus produtos para o resto do mundo.

Tecnologia chinesa? Não, tecnologia de fábricas estrangeiras lá instaladas.

Os americanos afirmam o tempo todo que foram roubados, que o gigante chinês os levou a uma armadilha com sua mão-de-obra barata, simplesmente para furtar toda tecnologia ocidental.

“Os novos caças chineses só têm qualidade porque se valeram de informações roubadas do Ocidente”. (https://www.edrotacultural.com.br/china-roubou-tecnologia-stealth/?print=print).

“China elimina seu atraso roubando tecnologia, diz Inteligência dos EUA: Em sua nova estratégia de Inteligência nacional, os Estados Unidos tentam impedir a China de roubar sua "propriedade intelectual". (https://exame.com/mundo/china-elimina-seu-atraso-roubando-tecnologia-diz-inteligencia-dos-eua/).

“A Huawei tem 15% do mercado mundial de telefones celulares e é, atualmente, a segunda maior produtora. A empresa tem sido alvo de proibições em vários países ocidentais, que temem que Pequim obrigue a companhia a revelar segredos industriais e outras informações que poderiam colocar em risco a segurança nacional de terceiros.

Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália proibiram o uso de tecnologia e equipamentos da empresa por razões de segurança. Canadá, Alemanha, Japão e Coreia do Sul colocaram a empresa sob avaliação”. (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46510746).

“A China deu dois golpes fatais no Brasil nos últimos 20 anos. Por um lado, desalojou nossa indústria no mercado interno e no mercado mundial com preços baratos, dumping, câmbio ultra competitivo e escalas de produção sem precedentes. Por outro lado, ao consumir nossa soja e nosso minério de ferro forçou nossa especialização produtiva nesse sentido, ampliando os mecanismos de doença holandesa. Desmontamos nossas indústrias e nos tornamos meros fornecedores das matérias primas brutas e importadores de bens industriais da China. O dumping cambial chinês foi encontrado aqui com sobrevalorização de nossa moeda graças ao boom de preços das commodities provocado pela própria China. Lembrando que em 1980 nossa produção industrial era maior do que a chinesa e coreana somadas e que individualmente exportávamos mais do que cada um desses países. A China “destruiu” o Brasil!”

(https://www.paulogala.com.br/evolucao-da-complexidade-economica-no-brasil-e-na-china/).

Nesta sexta, 04/12/2020, os jornais do mundo inteiro reproduziram o artigo de John Raticliffe, Chefe dos Serviços de Inteligência Norte-Americanos, publicado no Wall Street Journal, onde ele alerta o mundo:

“Como Diretor de Inteligência Nacional, tenho acesso a mais informações do que qualquer membro do governo dos Estados Unidos, exceto o presidente. Eu supervisiono as agências de inteligência e meu escritório produz o Resumo Diário do Presidente detalhando as ameaças que o país enfrenta. Se eu pudesse comunicar uma coisa ao povo americano a partir desse ponto de vista único, é que a República Popular da China representa a maior ameaça à América hoje e a maior ameaça à democracia e à liberdade em todo o mundo desde a Segunda Guerra Mundial”.

Ratcliffe afirmou, ainda, que o objetivo da China é a “dominação” econômica, militar e tecnológica em nível global. Acusou o país asiático de usurpar segredos comerciais e tecnologias de defesa da indústria norte-americana e disse que existem operações desenvolvidas por agentes chineses para influenciar ou comprometer membros do Congresso dos Estados Unidos, através de pressão econômica.

O artigo de John Raticliffe, advertindo as nações contra os chineses, que os jornais do mundo inteiro deram destaque, no Brasil, a imprensa publicou a notícia desse modo: “China rebate acusação do chefe da inteligência americana sobre ameaça à democracia” (msn.com).

Então, amigo, abra os olhos ou o nome de seu próximo filho será Ching-Ling.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Jornal da Cidade