sábado, 18 de abril de 2020

Redes Sociais emparedam presidente do Senado, Davi 'batoré' Alcolumbre

Os chefes do Congresso Nacional, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre | Foto: PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO
Depois de Rodrigo Maia (DEM-RJ) levar uma surra de críticas nas redes sociais, o alvo dos internautas neste sábado, 18, foi o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Desde ontem à noite, Alcolumbre vem sendo criticado pela aprovação de medidas anti-povo e pelas diversas vezes que ele têm contrariado o Planalto (recentemente deu ao PT a relatoria de um projeto de interesse do governo federal).
Neste momento, está na mesa do Senado o recém-aprovado pacote de socorro financeiro aos governadores e prefeitos. Muitos desses chefes de Executivo decretaram medidas de isolamento social restritivas e, com isso, perderam dinheiro em impostos. Portanto, o Congresso Nacional está na iminência de forçar o presidente da República, Jair Bolsonaro, a pagar toda essa conta.
A segunda ofensiva de apoiadores do presidente Bolsonaro demonstra a insatisfação com a postura do poder Legislativo. O movimento Nas Ruas, por exemplo, está se organizando para promover carreatas pelo Brasil. O objetivo é evitar que os deputados e os senadores, incluindo membros da oposição liderada pelo PT, continuem impondo barreiras às medidas do Executivo.
Enquanto o exército à disposição do Palácio do Planalto se movimenta nas redes — e nas ruas — para ajudar o presidente, o governo federal se articula no centro do poder para dividir o Centrão (bloco fisiológico que reúne PP, MDB, PSD e DEM), conforme noticiou Oeste. Assim, enfraquecerá tanto Rodrigo Maia, como Davi Alcolumbre, que exercem muita influência sobre esses parlamentares.

Monitoramento Oeste

Com a ofensiva bem-sucedida contra Maia, os internautas levantaram ontem à noite a hashtag “ForaAlcolumbre”, que vem ganhando musculatura — levou cerca de uma hora e meia para alcançar os trending topics desde que surgiu. Nas primeiras horas desta manhã, oscilou entre a quarta e a terceira posição. Contudo, por volta das 10h, conseguiu alcançar o topo e lá ficou até às 14h.
O mundo inteiro está unido para combater a pandemia. No Brasil, alguns insistem em tratar a doença como se ela escolhesse cor partidária. São aliados da doença. Triste, muito triste.
Embora tenha perdido vigor no Twitter enquanto esta reportagem é redigida, somou 314 mil engajamentos naquela rede social. No Facebook, a quantidade de pessoas que aderiram à hashtag também foi substantiva, sendo o deputado federal Marco Feliciano (sem partido-SP) o principal impulsionador das críticas. Uma postagem dele sobre Alcolumbre teve 3,5 mil curtidas, 1,1 mil comentários e 600 compartilhamentos.
hashtag pegou no Instagram, ao obter 28 mil engajamentos. Apesar de a força da investida nessa rede social ter sido menor que ontem, ainda superou a campanha pelo impeachment do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), quando mobilizou apenas 500 publicações. Desta forma, os resultados significam que os apoiadores do presidente Bolsonaro cada vez mais aperfeiçoam suas técnicas “instagrámicas”.
No Google, os termos mais pesquisados sobre Davi Alcolumbre foram “davi alcolumbre” e “quem é davi alcolumbre”. Enquanto isso, os Estados que apresentaram maior interesse são (na sequência): Amapá e Distrito Federal. A explicação se sustenta porque o primeiro ente federativo é a terra natal do senador e, o segundo, onde o parlamentar vive atualmente e, também, exerce suas funções.

Repercussão na mídia

Foto: DIVULGAÇÃO/FLICKR
Neste momento, veículos com perfil de direita são os que capitaneiam as projeções futuras positivas sobre o tema, ao focalizar esforços em publicar informações acerca da temperatura na internet. Já a imprensa tradicional ainda está repercutindo a derrota de Maia para Bolsonaro nas redes sociais, que ocorreu ontem.

Em suma: se impõe cada vez mais no debate público a insatisfação das pessoas com figuras do Legislativo, sobretudo quando o assunto se trata de estratégias para o combate ao coronavírus. Não só, nota-se que o maior engajamento se dá em páginas alternativas porque elas ecoam a revolta de parte dos brasileiros, ao oferecer-lhes outros pontos de vista.

, Revista Oeste