quinta-feira, 23 de abril de 2020

"Linda, brava e poderosa: a irmãzinha de Kim Jong-un na linha de sucessão", por Vilma Gryzinski






Linda, brava e malvada: a irmãzinha poderosa de Kim Jong-un | Mundialista
Uma mulher no comando do mais comunista, fechado e alucinado regime do mundo? Tudo pode acontecer na Coreia do Norte, principalmente se for absurdo
A ascensão de Kim Yo-Jong é atribuída a dois fatores.Primeiro, a intimidade que tem com o irmão, forjada durante os cinco anos em que estudaram na Suíça, mas numa redoma de isolamento como só um regime como o norte-coreano poderia criar.Se Kim Jong-un pode ter alguém próximo, é a irmã Yo-Jong – nada a ver com o meio-irmão Kim Jong-nam, assassinado com um gás mortífero que duas prostitutas passaram com um lenço sobre seu rosto no aeroporto de Kuala Lumpur.
A família deve ter tido um bocado de assunto para comentar durante o almoço. 
Ou seja lá o que façam nessas horas.Continua após a publicidadeTiro ao tio? Já teve também.Segundo fator de influência: Kim Yo-Jong ocupa um cargo que seria equivalente ao dos infames comitês de disciplina. Ou seja, vigia os vigias. Ter controle sobre informações dos próprios figurões comunistas, em geral militares, dá um poder tremendo.
A Coreia do Norte é tão absolutamente fechada, inclusive pelo uso de tecnologia datada ou simplesmente inexistente, que todas as “revelações” vindas de lá devem ser tratadas com a maior desconfiança.Há décadas numa guerra de propaganda, os serviços secretos sul-coreanos também fazem sua parte na plantação.
Continua após a publicidadeUma das fontes mais confiáveis sobre o funcionamento interno, e fechadíssimo, da alta cúpula foi Thae Yong-ho, o mais importante desertor conhecido.Ex-vice-embaixador em Londres, ele arriscou tudo e foi para a Coreia do Sul em 2016, com a mulher e os filhos. Sabia perfeitamente que todos os demais familiares, que ficaram para trás, seriam mandados para campos de trabalhos forçados ou coisa pior.
Depois de contar tudo, até onde sabia, Thae resolveu se candidatar a deputado. E ainda por cima por Gangnam, o bairro da balada que ficou famoso – infame, diriam alguns – pela música e a dancinha de PSY.Thae Yok-ho tornou-se o primeiro norte-coreano eleito para o Congresso da Coreia do Sul. Concorreu pelo partido de centro-esquerda do presidente Moon Jae-in.
Foi uma vitória histórica: os sul-coreanos votaram mais do que nunca, de máscara e com o devido distanciamento, dando ao partido de Moon e outro, aliado, uma maioria incontestável, resultado da aprovação popular ao modo como a epidemia foi enfrentada e se tornou um caso exemplar.
Sem Mandetta, Bolsonaro faz mudança de risco nos planosA perigosa nova direção do governo no combate ao coronavírus, as lições dos recuperados e o corrida por testes. Leia na edição desta semana.Já na Coreia do Norte, os irmãos Kim não precisam se preocupar: não existe um único caso de
Esta é a informação oficial. Mas é perfeitamente possível que a epidemia tenha sido controlada pelo próprio isolamento do país. Sem contar que as fronteiras foram fechadas desde o começo de janeiro e os poucos estrangeiros, geralmente chineses, passaram por um período de confinamento.

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