MADRI - O número de mortes diárias na Espanha caiu para 565, 20 a menos que o número registrado na sexta-feira, informou o governo. De acordo com o balanço apresentado neste sábado, 20.043 pessoas já morreram no país desde o início da pandemia, enquanto 191.726 foram infectadas e 74.662 estão curadas. A Espanha é a terceira nação com mais óbitos pela Covid-19.
O Ministério da Saúde está atualizando os dados da série histórica, depois que as comunidades autônomas foram obrigadas a padronizar a forma de transmissão dos números. Não é incomum que o número de casos e mortes seja revisado após autoridades realizarem testes retroativos ou reclassificarem os diagnósticos. As regiões de Madri e Catalunha, as duas mais afetadas pela Covid-19 na Espanha, revisaram nesta semana suas estatísticas, indicando que o número de mortos pela doença no país seria ao menos 42% maior que o atualmente divulgado.
As revisões devem-se a mudanças na metodologia de contagem, que foi alterada para incluir as mortes de idosos em asilos ou casas de repouso com sintomas da doença, mas que nunca foram testados. Com isso, as mortes na Catalunha praticamente dobrariam, ultrapassando 7 mil. Em Madri, passariam de 6,7 mil para mais de 11,5 mil.
A epidemia de coronavírus já matou mais de 154 mil pessoas em todo o mundo e infectou mais de 2,2 milhões, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
Neste sábado, José Luis Martínez-Almeida, prefeito de Madri, avisou que no outono não haverá "grandes eventos na Espanha". Segundo ele, a situação provavelmente não será totalmente controlada e haverá a possibilidade de novo crescimento da pandemia.
— Estamos muito perto de podermos diminuir a escala, mas ainda não. Temos que continuar avaliando — disse Fernando Simón, ministro da ciência espanhol, referindo-se ao confinamento que completa cinco semanas neste sábado e que se estende pelo menos até a meia-noite do dia 25.
Renda básica
A Espanha planeja pagar uma renda mensal básica para cerca de um milhão das famílias mais pobres do país para ajudá-las a enfrentar o impacto do novo coronavírus. Segundo o ministro da Previdência Social, José Luis Escrivá, aqueles que receberem a ajuda, a ser aprovada pelo gabinete em maio, terão incentivos para encontrar trabalho, com a permissão para combinar a quantia mensal com os salários de um novo emprego durante certo período.
Até um quinto das famílias espanholas têm uma renda inferior a 246 euros por mês, cerca de R$ 1.400.
Ainda não foi decidido quanto será pago por mês e Escrivá se recusou a dizer quanto custaria ao governo, embora tenha afirmado que a medida seria financiada com nova dívida pública. O Partido Socialista e seu parceiro de coalizão, Unidas Podemos, concordaram em janeiro em criar a renda básica como parte de seu programa de quatro anos, embora a crise da Covid-19 tenha mudado as prioridades.
A economia espanhola perdeu 900 mil empregos durante as duas primeiras semanas de uma quarentena imposta em 14 de março para limitar a disseminação do novo coronavírus, elevando novamente o número oficial de desempregados ao patamar de três anos atrás.
A retomada das atividades no país será em duas etapas. Segundo a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, o primeiro passo será reabrir os setores produtivos e de trabalho, até o verão europeu (em julho); o segundo, até o final do ano, incluirá os segmentos mais afetados pela crise, como turismo ou lazer, onde se espera que a recuperação seja mais lenta.
O setor da construção e algumas indústrias de manufaturados já foram autorizadas a retomar as atividades, embora lojas, bares e espaços públicos continuem fechados até pelo menos 26 de abril.
Com agências internacionais