O anúncio do presidente eleito Jair Bolsonaro do decreto facilitando a posse de armas no país é daquelas medidas suscetíveis de causar polêmica.
É um pagamento de promessa de campanha que vai ser muito debatida no Congresso. Há estudos que mostram que o aumento de armas causa mais mortes.
E outros que dizem que a medida aumenta a segurança do cidadão.
Mas, como já escrevi, é uma medida que tem muito pouco a ver com uma política de segurança pública, que deve ir muito além de uma visão pessoal ou de grupos.
Mas, como já escrevi, é uma medida que tem muito pouco a ver com uma política de segurança pública, que deve ir muito além de uma visão pessoal ou de grupos.
Tem a ver com um conceito de segurança pessoal que é muito caro a um grupo de cidadãos da classe média, especialmente os das regiões sul e centro-oeste do país, e dos moradores das grandes cidades.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, sugeriu na reunião de primeiro escalão do governo, para tratar dos 100 primeiros dias, que essa fosse uma das primeiras medidas a serem anunciadas, pagamento de promessas de campanha para um nicho importante do eleitorado que elegeu Bolsonaro presidente.
Mas também uma maneira de retardar outra medida provável, a liberação também do porte de armas.
O porte obedece a uma série de exigências que inclui o treinamento em clubes de tiro.
A prioridade à posse de arma tem um simbolismo, em busca um efeito dissuasório. Não surpreende ninguém, Bolsonaro foi eleito porque pensa assim, porque disse as coisas que disse durante a campanha.
Pode-se discordar dessa linha, muita gente votou no Bolsonaro por causa disso, e muita gente votou no Bolsonaro apesar disso, achando que a volta do PT seria pior.
O Globo