O presidente eleito afirmou também que deixou para a próxima semana o anúncio de quem será seu ministro do Meio Ambiente .
Bolsonaro afirmou que uma nova ferramenta será usada na busca de fraudes nos programas sociais. Ele afirmou que em um primeiro cruzamento o número de irregularidades foi "assustador". A ferramenta cruza dados dos beneficiários com informações de renda e patrimônio deles.
- Hoje tive acesso a uma nova ferramenta para busca de fraudes. E foi colocado ali, e é até um alerta para quem está fazendo coisas erradas, pessoas que recebem Bolsa Família e tem um rendimento acima de X por ano ou de acordo com o bem. O número foi assustador. Com essa ferramenta, nós vamos sim fazer um grande pente fino nesses projetos sociais, que queremos preservá-los, mas com saúde - disse Bolsonaro.
Em entrevista logo após a confirmação, Osmar Terra confirmou que haverá décimo terceiro no Bolsa Família e que o governo vai procurar diminuir o número de pessoas que precisam da benefício.
- O presidente pediu isso e vai ser cumprido. Até com esse ajuste que se fez, de saírem aqueles que não precisavam do programa é mais facil conseguir o recurso parao 13º também - disse Terra em referência ao pente-fino iniciado na sua gestão à frente do Ministério do Desenvolvimento Social do governo Temer e que, segundo ele, zerou a fila das famílias que estavam na lista de espera para receber o benefício.
O parlamentar, porém, não deu mais detalhes de como serão obtidos os recursos para isso e nem se haverá um reajuste do valor da bolsa paga aos beneficiários no ano que vem.
- Por enquanto, não. Temos que ver como que vai evoluir a receita e despesa. Na verdade houve um aumento importante do Bolsa Família nestes últimos dois anos ne? Se deu um reajuste bem acima da inflação, mas agora depende do comportamento também da economia - afirmou o futuro ministro.
Ainda segundo Terra, sua gestão vai procurar trabalhar na diminuição do número de pessoas que dependem do programa social, já que, segundo ele, o maior programa de combate à pobreza é a geração de emprego e renda.
- A maior vitoria de um programa (social, em referência ao Bolsa-Família) é a diminuição das pessoas que precisam daquele programa, então é isso que nos vamos procurar trabalhar. Iniciamo já nestes últimos anos e vamos agora desenvolver com mais força estes programas de geração de emprego e renda - explicou o parlamentar.
Segundo o futuro ministro sua pasta agregará as áreas do atual Ministério do Desenvolvimento Social, a Educação (as universidades ficarão com o MInistério da Ciência), Esportes, Cultura e também da atual Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Em relação ao Ministério dos Direitos Humanos, ele disse que não ficará em sua pasta.
- (Direitos Humanos) vai ter um outro formato, ou vira um ministério ou uma estrutura especial ligada ao presidente - disse Terra.
Ainda segundo ele, a pasta poderá agregar uma parte do atual Ministério do Trabalho. No entanto. ele não deu mais informações.
O futuro ministro deixou o Ministério de Desenvolvimento para disputar um novo mandato de deputado federal e foi reeleito. Antes da indicação, Bolsonaro tinha pedido nomes para a bancada evangélica, que sugeriu outros deputados para a função.
Desenvolvimento Regional
Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto vai para o ministério do Desenvolvimento Regional , pasta que vai reunir as áreas de Cidades e Integração Nacional. Ele é atual secretário-executivo do ministério da Integração e foi chefe de gabinete de Helder Barbalho (MDB), governador eleito do Pará, quando ele respondia pela pasta no governo Michel Temer.
Gustavo Canuto negou nesta tarde que sua indicação para o ministério tivesse relação com Helder Barbalho.
- De maneira alguma, o ex-ministro Helder não tem nenhum papel nessa indicação, a indicação veio da equipe de transição - afirmou Canuto reforçando que foi feita uma análise técnica de seu trabalho na pasta.
Turismo
Ainda nesta quarta-feira, ao lado do presidente eleito, o futuro ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) anunciou o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) para o comando do Ministério do Turismo.
O parlamentar integra a frente religiosa. É o segundo ministro filiado ao PSL, partido do presidente eleito, no governo. O primeiro é o futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.
O futuro ministro do Turismo hoje apresentou uma visão diferente da exposta pelo chefe. Questionado se a COP-25 seria positiva para o turismo no Brasil, ele respondeu que sim.
- Claro. Acho que todo evento de grande importante, como a COP, realizado no país é de importância, de discutir a questão climática, e todos os outros temas que estão relacionados ao turismo - disse Antônio.
Indagado sobre a posição de Bolsonaro, que é contrário ao evento, ele disse não ter conversado ainda a respeito com o presidente eleito.
- Se a posição dele é essa, a gente obviamente respeita a posição do presidente. Mas vou conversar com ele para a gente ter um alinhamento das ideias - disse o futuro ministro.
Ele afirmou ainda que vai brigar para a pasta ter um orçamento importante, uma vez que, segundo ele, o Turismo vai ajudar a recolocar o Brasil na rota de desenvolvimento.
André de Souza, Eduardo Bresciani e Mateus Coutinho, O Globo