O futuro ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez, afirma em seu blog que foi trotskista e militou em "organizações consideradas como terroristas pelo regime militar".
O depoimento está no blog "Rocinante", que o autor apresenta como "um espaço para defesa da liberdade". No texto, ele conta que precisou de um álibi para fugir da Colômbia com a mulher, em 1973.
"Eu, professor de esquerda, vinculado a organizações consideradas como terroristas pelo regime militar, precisava urgentemente de um álibi para viajar ao Brasil. Dirigi-me ao ICETEX, o instituto do governo colombiano que concedia bolsas para estudos no exterior. Buscava algum curso de pós-graduação", conta.
"A secretária mostrou-me as bolsas disponíveis. Encontrei uma, oferecida pela OEA na Universidade Católica do Rio de Janeiro, na área de 'Pensamento Brasileiro'. Candidatei-me e, em poucos meses, obtive a bolsa desejada. Viajei imediatamente ao Rio de Janeiro, no mês de fevereiro de 1973", prossegue.
Rodríguez conta que abandonou as convicções de esquerda ao ser apresentado a pensadores liberais na PUC-Rio.
"De militante trotskista virei estudioso do liberalismo", afirma.
Em outro texto, publicado no último dia 7, ele conta que foi indicado ao Ministério da Educação pelo filósofo Olavo de Carvalho. Ele também presta tributo ao futuro chefe.
"Como professor e intelectual que pensa nos paradoxos estratégicos do Brasil, apostei desde o início no candidato Bolsonaro", afirma.
Bernardo Mello Franco, O Globo