O leilão de privatização da Companhia Energética do Piauí (Cepisa), distribuidora da Eletrobras responsável pelo fornecimento de energia no Piauí, será realizado nesta quinta-feira na B3 (antiga BM&FBovespa) e o vencedor será o grupo que apresentar o maior desconto para a tarifa definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a Comissão de Licitação responsável pelo processo de venda das distribuidoras do grupo Eletrobras analisou os documentos apresentados pelos grupos interessados no leilão e"considerou atendidos os requisitos para a participação".
O BNDES não informou quais investidores se interessaram pelo ativo. Mas, no mercado, as informações são de que pelo menos quatro grupos têm interesse pela companhia, entre elas as brasileiras Equatorial Energia, Energisa, Neoenergia e a italiana Enel. Durante o leilão, as propostas serão abertas e podem ocorrer lances viva-voz, se necessário. Além do desembolso para a compra das ações da distribuidora, o grupo vencedor terá que fazer um aporte de capital mínimo inicial de R$ 720 milhões.
A Cepisa será a primeira das distribuidoras da Eletrobras a serem colocadas em leilão, dando início à desestatização da companhia. O BNDES marcou para o dia 30 de agosto o leilão de outras quatro distribuidoras da estatal: Boa Vista Energia; Amazonas Distribuidora de Energia; Companhia de Eletricidade do Acre e Centrais Elétricas de Rondônia.
Com dívidas que somam R$ 2,4 bilhões, a venda terá um valor simbólico de R$ 50 mil. As distribuidoras da Eletrobras têm enfrentado prejuízos contantes, além de dificuldades para cumprir as metas de qualidade dos serviços e de equilíbrio financeiro estabelecidas pela Aneel. Em 2016, a Eletrobras não renovou a concessão das distribuidoras e decidiu vendê-las. Caso a venda não aconteça, a intenção da Eletrobras é liquidá-las.
Em 12 de julho, o BNDES suspendeu o leilão das distribuidoras após determinação da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Mas a Advocacia Geral da União recorreu e argumentou que a venda recebeu aval do Tribunal de Contas da União (TCU). A AGU argumentou ainda que as distribuidoras registraram juntas prejuízo de R$ 4,5 bilhões em 2017. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), suspendeu, no último dia 17 de julho, a decisão que impedia o leilão.
O Globo