sábado, 16 de junho de 2018

“Terço do Papa”: novo plano para salvar Lula deu chabu, por Vitor Hugo Soares

Papa Francisco e Juan Grabois (//Reprodução)

O advogado e militante sindicalista argentino Juan Grabois foi barrado em seu desastrado intento de chegar, esta semana, à cela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Apresentou-se, falsa e desgraçadamente, como consultor do Vaticano, encarregado pelo Papa Francisco de entregar um terço e uma mensagem ao preso, que cumpre pena de 11 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O plano junino tinha tudo para dar chabu. E deu.
“É mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo” ensina o ditado popular, cuja sabedoria foi desprezada pelo nada modesto (no sentido cristão do termo) portenho de 35 anos, filho do famoso (e folclórico) ex-dirigente do sindicalismo peronista no país vizinho, Roberto “Pajarito” Grabois”. Vale destacar que o advogado desembarcou na capital paranaense, depois de criar na imprensa de seu país, um barulhento caso político e diplomático com o governo do presidente Macri. Lá surgiu também, de repente, como “voz do Vaticano”, para comentar “a surpresa do Papa diante de uma doação governamental à Fundação Scholas Ocurrentes”, uma rede de ensino para jovens carentes impulsionadas pelo próprio pontífice, ex- arcebispo de Buenos Aires.
Desceu por aqui cercado de elogios. Referenciado como “jovem líder de grande apreço do Papa Francisco”, não só por notórios sites petistas e de linhas auxiliares locais e estrangeiros, mas também por importantes e qualificados veículos da imprensa brasileira. Sabe-se agora, que a presepada do jovem Grabois fazia parte da frágil arquitetura do novo plano, denominado de “Denúncia Internacional”. Festejado horas depois do barraco armado pelo visitante argentino em Curitiba, como um tento decisivo e de grande repercussão, para assinalar o lançamento do novo plano a ser seguido por dirigentes políticos e pela militância petista, com a finalidade de tirar Lula da cadeia antes das eleições presidenciais deste ano.
Na retórica, uma mudança estratégica e tática de rumos e de prioridades da ação política e de propaganda ideológica. De fato, confissão de equívoco, e reconhecimento à moda da casa, do fracasso rotundo do projeto inicial do PT e agregados, de desencadear atos incendiários de norte a sul do País. Tola, tacanha e pretensiosa ideia de que tudo só se resolverá a partir “das ruas cheias, dos supermercados invadidos, do trânsito engarrafado, greves, estudantes agitados. Fora isso, Lula continuará preso”, como proclamado ainda esta semana junina, nas postagens de renitentes arautos das fogueiras e dos pneus queimados. Mesmo diante da melancólica constatação de que nem o barulhento acampamento do “Bom dia, Lula”, resistiu ao fr io e às primeiras chuvas do inverno no Paraná.
Em resumo, ruiu o projeto de utilização das “tropas” da Via Campesina, lideradas por João Pedro Stédile, presidente do MST; das desastrosas invasões urbanas a cargo dos grupos liderados por Boulos (PSOL) , ou dos irresponsáveis discursos e palavras de ordem da presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, falando em guerra, sangue e mortes. Apela-se, agora, para o plano da “denúncia internacional”.
Até aqui, resumido à infeliz e desmoralizante patuscada armada com participação mambembe do peronista Juan Grabois, que deu chabu. Fragorosamente.
Com Blog do Noblat, Veja