segunda-feira, 21 de maio de 2018

Europa estuda medidas contra Maduro; China e Rússia apoiam chavista celerado, comparsa da dupla corrupta Lula-Dilma

Jamil Chade, O Estado de S.Paulo

GENEBRA - Com a vitória de Nicolás Maduro na eleição presidencial da Venezuela, no domingo, 20, a Europa estudará medidas contra o governo chavista. Diplomatas em Bruxelas indicaram ao Estado que, desde o fim de semana, são realizadas conversas nos bastidores entre as principais chancelarias do bloco para definir uma linha de atuação. 
Também nesta segunda, o Brasil e 13 países da região, conhecidos como o Grupo de Lima, informaram que também não reconhecem o resultado da eleição venezuela e prometeram adotar medidas diplomáticas e econômicas contra o governo de Nicolás Maduro.

Mariano Rajoy
O premiê espanhol, Mariano Rajoy, é o principal articulador de movimento 
que tenta convencer a União Europeia da punir a Venezuela 
Foto: REUTERS/Juan Medina
Um dos principais promotores de uma resposta dura da Europa a Caracas é o governo espanhol de Mariano Rajoy. Tradicionalmente contrário ao regime chavista, Rajoy tenta há meses convencer o restante da União Europeia (UE) a adotar uma postura mais crítica, incluindo a aplicação de sanções. Mas, por falta de consenso, o bloco tem se limitado a criticar o processo eleitoral e adotar medidas pontuais. 
Negociadores europeus ouvidos pela reportagem indicaram que aguardavam a realização da votação, numa espécie de chance que se dava para que Maduro sinalizasse com algum tipo de abertura democrática. Mas diante do processo eleitoral do fim de semana, a única opção de Bruxelas foi restabelecer contatos para adotar medidas. 
Nas redes sociais, Rajoy deixou claro que esse será o caminho. "No processo eleitoral na Venezuela não se respeitou os mínimos padrões democráticos", escreveu. "A Espanha estudará com seus sócios europeus medidas oportunas e seguirá trabalhando para paliar o sofrimento dos venezuelanos", afirmou. 

Apoio

Duas das maiores potências mundiais, porém, fizeram questão de sair ao apoio a Maduro nesta segunda-feira. Na Rússia, o governo de Vladimir Putin atacou a "intervenção estrangeira" no processo eleitoral em Caracas. 



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Rivais de Maduro pedem novas eleições
"Lamentamos que nessas eleições, além dos dois tradicionais participantes - o povo e os candidatos - existiu também um terceiro participante: os governos que abertamente pediram por um boicote ao voto", declarou Alexander Schetinin, diretor do Departamento de América Latina da chancelaria russa. 
Segundo Schetinin, governos estrangeiros chegaram a colocar obstáculos para que venezuelanos pudessem votar no exterior. "O pior é que muitos governos chegaram a dizer que não iriam reconhecer o voto, antes mesmo de ele ocorrer", disse o russo, de acordo com a agência estatal Interfax.
"As eleições foram realizadas e o resultado tem um caráter irreversível: dois terços dos votos foram para Nicolás Maduro", completou. 
Um tom similar foi anotado pela China, importante aliada de Caracas. "As partes envolvidas devem respeitar a decisão do povo venezuelano", disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Lu Kang. Para Pequim, disputas sobre o resultado devem ser tratadas por meio dos tribunais e sempre considerando a lei. 
Os chineses, responsáveis por importantes investimentos no setor de energia, indicaram que adotam como tradição a não ingerência em assuntos domésticos de outros países. 
No domingo mesmo, 23 ex-presidentes ibero-americanos emitiram um duro comunicado, fazendo um apelo para que a comunidade internacional não reconheça a "farsa eleitoral" na Venezuela. O grupo inclui nomes como Felipe González, Ricardo Lagos, Andrés Pastrana e Oscar Arias. 
No documento, os líderes pedem que governos retirem seus embaixadores de Caracas, que a Venezuela seja suspensa da Organização dos Estados Americanos (OEA), e que Maduro seja levado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade.