A batida da Polícia Federal na casa, em Salvador, do ex-governador da Bahia Jaques Wagner, e a suspeita de que ele se beneficiou de dinheiro desviado da reforma do Estádio da Fonte Nova, obrigarão o PT a procurar um plano D ou E para candidato à sucessão do presidente Michel Temer.
Sem Lula, a eleição será uma fraude, repetem sem sucesso os caciques do PT. Mas, na prática, eles contavam com Wagner para substituir Lula como candidato. À sua revelia, Wagner era o Plano B. Ganhou duas vezes o governo da Bahia direto no primeiro turno.
Mais: elegeu no primeiro turno o atual governador, Rui Costa. A Bahia, hoje, talvez seja proporcionalmente o maior reduto eleitoral do PT. Wagner não queria ser candidato a presidente porque sabia que mais dia, menos dia, a Polícia Federal bateria à sua porta. Bateu.
O Plano C do PT seria Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, derrotado por João Doria (PSDB) ainda no primeiro turno. Ocorre que Haddad foi também alcançado pela suspeita de que se beneficiou de dinheiro sujo para se eleger prefeito. Está descartado por ora.
Quem será o plano D? Que nome de peso, e imaculado de preferência, resta ao PT? Começou a circular o nome do mineiro Patrus Ananias, ex-prefeito de Belo Horizonte, ex-deputado federal, ex-ministro de Lula, o responsável pela montagem do programa Bolsa Família.
É um petista de raiz que nunca se envolveu com escândalos. Minas Gerais é governado por Paulo Pimentel, do PT. E, ali, o partido conta com um mar de votos. O que conspira contra Ananias é sua falta de ambição. Ele não mexerá um dedo para substituir Lula.