sábado, 2 de setembro de 2017

Eletrobrás pode ser desligada da Bolsa de Nova York por não apresentar balanços de 2014 e 2015, diz ministro de Minas e Energia

Lu Aiko Otta - O Estado de S.Paulo


A Eletrobrás teve perda próxima a “duas dezenas de bilhões de reais” com sua participação nas usinas hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte. É o que escreveu o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em carta enviada aos deputados para explicar a proposta de privatização da estatal.
No longo documento, o ministro descreve a difícil situação em que encontrou a empresa, as providências tomadas para contorná-la e informa que, mesmo assim, persistem problemas graves que acabam pesando sobre os contribuintes.
Eletrobrás, a estatal que abriu a atual rodada de privatizações
Palácio do Planalto informa que a operação com a estatal de energia injetará "expressivos recursos" no Tesouro Nacional. Fontes calculam que a venda da empresa possa render R$ 17 bilhões aos cofres da União. Foto: Wilton Junior|Estadão
O ministro diz que, em maio de 2016, a Eletrobrás estava em vias de ser deslistada da Bolsa de Nova York por não haver apresentado balanços de 2014 e 2015. Em três anos, a empresa havia acumulado prejuízo de R$ 34 bilhões e perdera 40% de seu patrimônio líquido.
A nova gestão da estatal, contou o ministro, elaborou um relatório que aponta algumas causas principais para a situação. A holding e suas controladas administram participações em 170 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) “com taxas de retorno inferiores ao custo de capital próprio da Eletrobrás.”

Além disso, a companhia acumulava dívidas equivalente a nove vezes seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).