
Antônio Werneck - O Globo
Mais um policial militar, o 11º do ano, foi assassinado na manhã deste domingo em São João do Meriti, na Baixada Fluminense do Rio. De acordo com o 21º BPM (Vilar dos Teles), o segundo sargento Cristiano Macedo, de 40 anos, foi baleado no bairro Fazenda Futebol Clube. Ele chegou a ser socorrido e levado para o Posto de Atendimento Médico (PAM) de Meriti, mas não resistiu aos ferimentos.
Testemunhas contaram que o sargento tentou separar uma briga que acontecia no local e acabou atingido. Outras duas pessoas, um homem e uma mulher, também foram baleadas na ação: o homem morreu no local; a mulher está internada no PAM. O sargento estava lotado no 15º BPM (Caxias) e há 18 anos na PM. Ele deixa a mulher.
Neste domingo, um ato de manifestantes nas areias da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, alerta para a violência contra policiais. Com cartazes, o grupo pede mais segurança de trabalho e revisão da legislação penal.
OUTROS PMS MORTOS ESTE ANO
Com o caso São João de Meriti chega a 11 número de PMs mortos em 2017 no Rio. Na madrugada de sábado, dia 14, o segundo sargento Fábio Magalhães Teixeira, de 54 anos, morreu no Hospital municipal Albert Schweitzer. Ele foi baleado por criminosos durante patrulhamento na praça da Vila Kennedy, na Zona Oeste. na noite de sexta-feira. Segundo a Polícia Militar, o sargento estava na corporação há 20 anos e era lotado no 14º BPM (Bangu). Ele deixa mulher e um filho.

Na quinta-feira, dia 12, o policial militar Sandro Mendes Lyra, de 36 anos, foi morto na com um tiro na cabeça na Favela do Mandela, no complexo de Manguinhos, na Zona Norte do Rio. A vítima estava na corporação desde março de 2012 e era lotada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Mandela.
Na terça-feira, dia 10, o policial militar Daniel Cavalcante da Silva, de 26 anos, lotado na UPP Tabajara, em Copacabana, foi encontrado morto dentro de um carro na Rua Engenheiro Pires Rabelo, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio. O corpo, que estava esquartejado, parcialmente carbonizado e com marcas de tiros, foi identificado pela Polícia Civil nesta quinta, a partir do exame necropapiloscópico.
A principal linha de investigação da polícia é de que o PM tenha sido vítima de traficantes de drogas da região, mas nenhuma outra hipótese, por enquanto, de acordo com a polícia, será descartada. O caso está sendo apurado pela Divisão de Homicídios (DH) da capital, que não quis revelar detalhes sobre crime para não atrapalhar o trabalho dos agentes.
No dia 7, o corpo do subtenente reformado Cássio Ferreira foi encontrado, dentro do porta-malas de um veículo carbonizado, na Estrada Reta de Santa Cruz, em Itaguaí. De acordo com a Delegacia de Homicídios, diligências estão em andamento para esclarecer o caso.
No dia 5, o policial militar Marcelo Abdalla Neder foi assassinado no fim da madrugada por bandidos que tentaram roubar um caminhão dos Correios na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
No dia anterior, quarta-feira, o soldado Jefferson Cruz Pedra, de 37 anos, lotado no 18º BPM (Jacarepaguá) morreu baleado durante um assalto a uma joalheria no Tijuca Off Shopping, na Zona Norte do Rio. Ele foi atingido por sete disparos no tórax, de acordo com a Polícia Militar. Jefferson é o segundo policial do batalhão de Jacarepaguá que não resistiu aos ferimentos após ser atingido por disparos feitos por bandidos, em um intervalo de cinco dias — na tarde do dia 30 de dezembro, o soldado Jonathan Barros de Carvalho morreu após ser ferido por um tiro ao tentar impedir um assalto na Freguesia, na Zona Oeste do Rio.
Na tarde do dia 2, o cabo Cleiton William Santos de Freitas, lotado no 15º BPM (Caxias) foi fuzilado dentro de seu carro, na Estrada do Tinguá, em Xerém, na Baixada Fluminense.
Em Guapirimim, o sargento reformado Franciso Assis de Aguiar foi morto em uma tentativa de assalto. Segundo a polícia militar, dois homens numa motocicleta abordaram o carro onde o PM estava com outro policial. O sargento prestava serviço como segurança e portava “um malote de valores que seria depositado num banco”. Houve confronto armado e Francisco morreu no Hospital Municipal de Guapimirim.
Na capital, também na tarde do dia 2, morreu o policial Antônio Carlos Paiva Nunes, de 34 anos, que havia sido baleado na cabeça, no domingo, durante um confronto na Avenida Leopoldo Bulhões, próximo a Manguinhos. O soldado trabalhava na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Andaraí e estava de serviço na supervisão da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP). Antônio chegou a ser socorrido para o Hospital Quinta D'or, em São Cristóvão, mas não resistiu aos ferimentos, e teve a morte cerebral confirmada pelos médicos. Ele estava na corporação desde setembro de 2011 e não tinha filhos.
Já o policial militar André William Barbosa de Oliveira, de 32 anos, foi encontrado dentro do porta-malas de seu próprio carro, na Rua Clodoaldo de Freitas, em Guadalupe. A polícia apura se traficantes do Batam, em Realengo, foram autores do crime. O corpo do policial foi encontrado no domingo, dia 1º. O PM, que era lotado no serviço reservado do 3º BPM (Méier), estava passando a virada de ano num pagode em Realengo quando foi abordado por um grupo de homens. André estava armado e portando sua carteira funcional. A polícia apura se ele foi levado para o Morro da Quitanda, onde teria sido morto a tiros.