A Alta Corte da Inglaterra decidiu na quinta-feira (3) que o governo britânico precisa da aprovação parlamentar para dar início ao processo de saída da União Europeia, que ficou conhecido como Brexit. A Justiça avaliou que apenas o resultado do referendo de junho, que aprovou o afastamento do bloco europeu, não é suficiente. O governo afirmou estar decepcionado com a decisão judicial e que vai recorrer.
Na prática, a decisão judicial determina que o governo britânico não tem poder para acionar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa da União Europeia, que a nova premiê britânica, Theresa May, tinha a intenção de fazer até o final de março de 2017. Após acionar esse artigo, o Reino Unido terá um período de dois anos para fechar os acordos considerados os mais complexos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
"O governo está desapontado com a decisão do tribunal. O país votou para deixar a União Europeia em um referendo aprovado por leis do Parlamento. O governo está determinado a respeitar o resultado do referendo", disse o ministro do Comércio, Liam Fox.
Oficialmente, o plebiscito não era "vinculante", ou seja, ele não tornava obrigatória a decisão de sair do bloco europeu. A decisão judicial pode permitir que os parlamentares favoráveis à permanência tentem bloquear a saída do Reino Unido, mas analistas consideram que isso seria suicídio político.
Referendo
A saída do bloco econômico foi aprovada em um referendo em junho deste ano por mais de 1,2 milhão de votos de diferença. Porém, a disputa foi bastante acirrada. O "sair" venceu com quase 51,9% dos votos, com 17.410.742 votos a favor da saída contra 16.141.242 votos pela permanência.
Referendo
A saída do bloco econômico foi aprovada em um referendo em junho deste ano por mais de 1,2 milhão de votos de diferença. Porém, a disputa foi bastante acirrada. O "sair" venceu com quase 51,9% dos votos, com 17.410.742 votos a favor da saída contra 16.141.242 votos pela permanência.
Logo após o resultado do referendo, o país mergulhou em uma profunda crise política que provocou a queda do então primeiro-ministro, David Cameron, entusiasta defensor da permanência.
A discussão sobre a estratégia para se afastar do bloco começou a ser desenhada. De um lado, os britânicos querem manter o acesso ao mercado comum europeu, opção que enfrenta forte oposição dos outros países do bloco.
