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O governo do presidente interino Michel Temer propôs alterar para R$ 170,5 bilhões a previsão de rombo nas contas da União neste ano. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (20) pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero Jucá.
Em março, o governo da presidente afastada Dilma Rousseff havia enviado ao Congresso projeto que estimava o rombo em R$ 96,65 bilhões. Com o processo de impeachment em curso, no entanto, o pedido de Dilma ficou parado no Congresso.
Segundo Meirelles, a nova meta "é absolutamente transparente e realista" e não inclui medidas que ainda estão sendo estudadas e serão anunciadas. O novo valor leva em conta a queda na receita e o pagamento de diversas dívidas e pagamentos atrasados, além da renegociação de dívidas de Estados com a União, disse ele.
Em entrevista à agência de notícias Bloomberg, Meirelles afirmou que a economia está em pior situação do que imaginava antes de assumir o Ministério, há uma semana.
A nova meta "se trata de uma constatação da realidade", segundo Romero Jucá. "A primeira forma de resolver o problema é reconhecer o problema. Rombo fiscal não é resultado de uma política para o futuro", afirmou.
Meta fiscal não é novela para ser feira em capítulos. Vamos trabalhar para que esses números ganhem confiança.
Romero Jucá, ministro do Planejamento
Primeiro grande teste
A proposta de mudar a meta fiscal do governo deve ser encaminhada ao Congresso.
A meta precisa ser aprovada até o dia 30; caso contrário, todas as despesas da administração ficam imediatamente suspensas, levando a uma paralisia total do novo governo já em seu primeiro mês.
Esse é o primeiro grande teste da gestão Michel Temer. A tarefa do presidente em exercício de conseguir a aprovação, dentro do prazo, do projeto de revisão da meta é considerada muito difícil por líderes parlamentares.
Antes de apreciar o projeto, o Congresso terá de votar 24 vetos remanescentes da presidente afastada Dilma Rousseff --alguns ainda do fim de 2015.
Porém, com o feriado de Corpus Christi na quinta-feira, é possível que muitos parlamentares voltem para suas cidades já na quarta-feira.
(Com agências)