A visita de Michel Temer ao Congresso foi para entregar o pedido de alteração na meta fiscal. O governo quer autorização pra fechar o ano com um rombo recorde nas contas públicas.
Foi a primeira vez que Michel Temer visitou o Congresso como presidente em exercício, e ele acabou surpreendido por um protesto puxado por deputados e assessores do PT.
“Golpista! Golpista! Golpista!”, gritavam.
Logo em seguida, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi alvo do protesto. Meirelles seguiu sem parar e se juntou a Temer no gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros.
Romero Jucá estava lá, ainda na condição de ministro do Planejamento, para a entrega do projeto de lei da nova meta fiscal do governo.
Romero Jucá estava lá, ainda na condição de ministro do Planejamento, para a entrega do projeto de lei da nova meta fiscal do governo.
A previsão é de um déficit de R$ 170,5 bilhões para 2016. A meta anterior era de superávit de R$ 24 bilhões.
O governo considera que a receita estava superestimada pela gestão Dilma e vai cair R$ 142 bilhões. A nova meta inclui a renegociação das dívidas dos estados, mas não leva em conta dinheiro para cobrir o rombo da Eletrobras, que o mercado calcula entre R$ 9 bilhões e R$ 40 bilhões.
O governo reduziu de R$ 44 bilhões para R$ 23 bilhões o corte de gastos previsto para 2016.
A equipe econômica alega que, se não houver esse aumento nas despesas, o governo corre o risco de parar de funcionar. O projeto de lei da nova meta fiscal passa pela comissão mista de orçamento e deve ser votado nesta terça-feira (24) no plenário do Senado.
“Mais do que nunca é fundamental ajudar o Brasil, eu vou tratar o governo Temer da mesma forma que tratei o governo Dilma, porque o que está em jogo não é o Michel, é o Brasil, é o interesse do Brasil, e esse governo precisa se esforçar pra dar muito certo”, disse Renan Calheiros (PMDB-AL).
Mais cedo, antes da entrega da nova meta fiscal, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse em São Paulo que aumentar impostos não é solução para enfrentar a crise. Meirelles afirmou que as medidas que ele vai anunciar na terça (24) têm como foco o controle da dívida pública.
“Os aumentos permanentes de impostos levaram a uma carga tributária, a um patamar que introduz ineficiências nos ajustes e decisões econômicas e limita fortemente o crescimento. Vamos enfrentar diretamente a questão da evolução da dívida pública e das despesas públicas, fundamentalmente. Esta é a primeira etapa. As etapas seguintes serão objeto de medidas que serão anunciadas no devido tempo”, afirmou Meirelles.