Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O juiz Sérgio Moro decidiu neste sábado (26) revogar as prisões de nove dos 13 investigados da fase mais recente da operação Lava Jato, a 26ª etapa, deflagrada na última terça-feira (22). Os nove estavam com mandados de prisão temporária de cinco dias que venceram neste sábado.
Moro afirmou no despacho que deve analisar na segunda-feira (28) o envio da lista com nomes de políticos apreendida residência do executivo Benedicto Barbosa da Silva Júnior, que seria um controle contábil paralelo da Odebrecht.
“É certo que, quanto a essas planilhas apreendidas na residência do executivo, é prematura qualquer conclusão quanto à natureza deles, se ilícitos ou não, já que não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, através do qual eram realizados os pagamentos subreptícios (de propina, por exemplo, aos agentes da Petrobrás), e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, despachou Moro.
O juiz poderia prorrogar as prisões pelo mesmo período ou transformá-las em preventivas, sem previsão para expirar. Para manter as prisões seria necessário um pedido da Polícia Federal (PF) ou do Ministério Público Federal (MPF), com autorização do juiz.
Outras três pessoas já estão presas preventivamente. Apenas um executivo da Odebrecht, Luiz Eduardo da Rocha, não foi detido porque estava no exterior quando foi deflagrada a operação.
Sigilo
O processo que reúne informações da 26.ª fase da Lava Jato não está mais disponível para consulta pública porque o juiz Sérgio Moro decretou sigilo de Justiça na quinta-feira (25). O motivo da restrição seria a conexão dessa última etapa da operação com a 23.ª fase, que também foi colocada em segredo nesta semana.
Operação Xepa
A Operação Xepa investiga um setor interno da empreiteira Odebrecht que teria sido utilizado para o pagamento de propina por obras em diversos setores, incluindo projetos da Petrobras. Na quarta (23), o juiz Sérgio Moro já havia colocado sob sigilo o processo da Operação Acarajé por conter planilhas de controle da Odebrecht com registros de pagamentos a políticos com foro privilegiado.
As planilhas não têm relação com o setor investigado na fase mais recente e podem representar um controle de doações legais à campanhas eleitorais.
Enquanto esteve público, o material, colocado no processo eletrônico pela Polícia Federal, chegou a ser divulgado na imprensa. A lista traz o nome de pelo menos 200 políticos, com e sem prerrogativa de foro, da situação e de oposição ao governo federal.
Moro considerou que as planilhas ainda precisam ser analisadas mais profundamente para que se identifique entre os repasses o que pode ser doação legal da Odebrecht aos políticos ou pagamento de propinas por eventuais irregularidades.
Veja a íntegra do despacho: