Sérgio Roxo e Letícia Fernandes - O Globo
Marco Aurélio Garcia afirma que não há nenhum documento capaz de envolver petista; Rui Falcão fala em tentativa de atingir o partido
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse nesta sexta-feira, durante o Congresso do PT em Salvador, que não existe nenhum documento sobre a política externa brasileira que possa constranger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Garcia, que ocupa o posto desde o início do governo do ex-presidente em 2003, classificou de “armação” a revelação de O GLOBO de que o Itamaraty deflagrou uma ação para evitar que documentos que envolvam Lula e Odebrecht venham a público.
— Não há nenhuma razão de constrangimento em torno dos temas da política externa. Tudo que for aberto só abonará a política externa — disse.
Para o assessor da Presidência, cabe ao Itamaraty definir os critérios para classificar os documentos.
— Não acredito que haja nenhum documento que precise ser reclassificado — disse Garcia, que participa do evento do partido na capital baiana. Apesar da declaração do assessor especial, O GLOBO teve acesso ao memorando disparado pelo diretor do Departamento de Comunicações e Documentação (DCD) do Itamaraty, ministro João Pedro Corrêa Costa, na última terça-feira, sugerindo a colegas que tornassem sigilosos documentos “reservados” do ministério que citam a Odebrecht entre 2003 e 2010, que, pela lei, já deveriam estar disponíveis para consulta pública.
— São denúncias infundadas. Uma tentativa de atingir o PT e o Lula. Eles não se cansam de denúncias como essas, sem provas. É um fato costumeiro de setores da nossa imprensa. Amplificam isso tentando quebrar a popularidade do presidente Lula, pensando nas eleições de 2018, que estão muito distantes.