sexta-feira, 26 de junho de 2015

Obama canta e emociona público durante funeral em Charleston

O Globo

Presidente participou de homenagem a reverendo Clementa Pinckney, morto em ataque racista a igreja



Obama emocionou público em Charleston com discurso e canto Foto: BRIAN SNYDER / REUTERS
Obama emocionou público em Charleston com discurso e canto - BRIAN SNYDER / REUTERS


CHARLESTON, Carolina do Sul — Durante o funeral do reverendo e senador estadual Clementa Pinckney, morto no ataque à Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, conhecida como Mãe Emanuel, o presidente Barack Obama voltou a condenar o racismo na sociedade americana, abordou a questão do controle das armas de fogo e cantou juntamente com reverendos de igrejas negras da região.

— Clementa Pinckney foi morto em seu santuário com oito de seus colegas de fé — afirmou Obama, durante o discurso de eulogia. — Que bom homem. Ele conduziu sua vida de maneira calma, gentil e firme. Seria uma traição de tudo o que ele defendeu em sua vida se, ao fim das eulogias e longe das câmeras de TV, nos permitíssimos cair em um silêncio confortável novamente.
Durante o evento, na Universidade de Charleston, Obama afirmou que o massacre obrigou o país a passar por uma reflexão.

— Não sabemos se o assassino de Pinckney e de outras pessoas sabia da história que acompanha a Mãe Emanuel. Mas Deus trabalha de maneiras misteriosas. Ele não poderia saber que seu ato faria com que a Carolina do Sul e os Estados Unidos da América passariam por um importante momento de autorreflexão — afirmou Obama. — Mas agora temos uma chance de eveoluir e melhorar em um ponto em que estávamos perdidos.

A polêmica envolvendo a bandeira confederada, portada por Dylann Roof, autor dos disparos na igreja, em diversas fotos, não foi esquecida pelo presidente.

— Por muito tempo fechamos os olhos para a dor que a bandeira confederada traz a nosso povo. É verdade que a bandeira não causou esses assassinatos, mas agora democratas e republicanos reconhecemos o que já sabíamos: que a bandeira representa mais que o orgulho ancestral dos sulistas. Para muitos, a bandeira é uma lembrança da opressão racial — afirmou o presidente. — Retirar a bandeira da capitólio não foi um ato de correção política, nem uma diminuição do valor dos soldados que lutaram pelo Sul, mas sim o reconhecimento de que a causa que eles defendiam era errada. Era a escravidão. Assim como a segregação, mais tarde, também foi errada.

O controle de armas de fogo no país também foi abordado pelo presidente.

— Por muito tempo estivemos cegos para a destruição que a violência das armas de fogo traz ao nosso país — declarou Obama, citando massacres como o de Aurora, no Colorado, e Sandy Hook, em Nova Jersey. — A vasta maioria dos americanos, a maioria deles donos de armas, quer fazer algo a respeito disso.

O presidente encerrou seu discurso cantando o hino gospel “Amazing Grace”, numa performance emocionada, acompanhado de reverendos e de uma banda.



Obama demonstrou emoção em funeral - MANDEL NGAN / AFP


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