Sob protesto de parlamentares do PT, a CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira a convocação do diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para explicar o repasse de 3 milhões de reais feito pela empreiteira Camargo Corrêa, gigante da construção e um dos alvos da Operação Lava Jato, à instituição. Também foi aprovada uma série de acareações entre o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e ex-integrantes da cúpula da Petrobras.
A comissão, presidida pelo peemedebista Hugo Motta (PMDB-PB), aliado do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende agora colocar frente a frente Vaccari, o ex-diretor da Área Internacional da petroleira Paulo Roberto Costa, e o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco. Os dois últimos fizeram acordos de delação premiada e implicaram o PT no esquema de distribuição e pagamento de propina envolvendo a Petrobras.
Também foram aprovados requerimentos para a acareação entre Barusco e seu ex-chefe, o ex-diretor de Serviços Renato Duque, e entre Paulo Roberto Costa e o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli.
Ao longo da sessão plenária, deputados de oposição da CPI da Petrobras tentaram, sem sucesso, colocar em votação a quebra de sigilo do Instituto Lula para verificar se a instituição recebeu recursos também de outras empreiteiras. Laudo da Polícia Federal feito junto à contabilidade da Camargo Corrêa registra que a construtora pagou três parcelas de 1 milhão de reais cada ao Instituto Lula entre dezembro de 2011 e dezembro de 2013 e mais 1,527 milhão de reais para a LILS Palestras Eventos e Publicidade, também do petista e da qual Okamotto é sócio, entre setembro de 2011 e julho de 2013.
