Simone Iglesias e Martha Beck - O Globo
Ela telefonou ainda na noite de terça-feira para Dilma Rousseff e avisou de sua decisão
A decisão da renúncia da presidente Graça Foster e de cinco diretores da Petrobras foi tomada na noite de terça-feira pela presidente da estatal após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedir oficialmente explicações sobre os boatos de que ela deixaria a companhia e o consequente aumento de 15,5% nas ações preferenciais da empresa. A CVM é responsável pela regulação do mercado de capitais.
Pouco após a chegada ao Rio, vinda da conversa de duas horas com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, Graça decidiu que comunicaria nesta quarta-feira cedo o afastamento da empresa. Ela telefonou ainda de noite para a presidente da República e avisou sua decisão, sem dar margem a novos pedidos de adiamento, como os que Dilma vinha fazendo desde o ano passado.
O anúncio repentino causou espanto, uma vez que veio um dia depois da reunião de Graça com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, em que teria ficado acertado que a então presidente da estatal sairia junto com os demais diretores até março.
Por enquanto não há um nome definido para assumir a estatal. No mercado financeiro, sete executivos são apontados como possíveis candidatos. O mais citado é Rodolfo Landim, ex-presidente da OGX e ex-diretor da Petrobras. Também circularam no mercado nomes como Henrique Meirelles, presidente do Banco Central (BC) durante o governo Lula; Roger Agnelli, ex-presidente da Vale; Luciano Coutinho, presidente do BNDES; Antonio Maciel Neto, presidente do Grupo Caoa e ex-funcionário da Petrobras; Alexandre Tombini, presidente do Banco Central; e Nildemar Secches, ex-presidente da Perdigão e, até 2013, presidente do Conselho de Administração da BRF.
Na terça-feira, com os rumores da saída da Graça Foster, as ações da estatal subiram mais de 15%. Na manhã desta quarta-feira, operam em alta de mais de 5%