terça-feira, 27 de janeiro de 2015

“Pátria Educadora” é só mais um escárnio produzido pelo cruzamento da cabeça baldia de Lula com o neurônio solitário de Dilma

Com Blog Augusto Nunes - Veja


O ex-presidente Lula menospreza o estudo, odeia leitura e não sabe escrever. Acha que a acumulação de conhecimentos é coisa de granfino desocupado, nunca foi além da orelha de um livro e os quatro manuscritos que produziu em 60 anos avisam que, submetido a uma prova de redação do Enem, conseguiria a primeira nota abaixo de zero. Em nações civilizadas, seria obrigado a matricular-se num curso de alfabetização de adultos.
Como isto aqui é o Brasil, o Pai da Pátria Educadora coleciona diplomas de doutor honoris causa, já assinou dois prefácios, tornou-se colunista de jornal e subscreveu o acordo da reforma ortográfica. Compreensivelmente, os olhos orientados pela cabeça baldia viram em Dilma Rousseff uma sumidade que merecia ser a herdeira do maior dos governantes desde Tomé de Souza. E um poste de terninho virou presidente da República.
Dilma não lembra o título nem o nome do autor do livro que jura estar lendo (e adorando), exprime-se num dialeto indecifrável para quem fala português, produz frases sem pé nem cabeça em escala industrial e seu repertório vocabular não chega a mil palavras. Mas capricha na pose de Mãe da Pátria Educadora para não dizer nada de aproveitável sobre rigorosamente tudo.
Compreensivelmente, os olhos guiados pelo neurônio solitário enxergaram em Cid Gomes o enviado pela Divina Providência para dar um jeito no sistema de ensino público. O novo ministro da Educação tem tanta intimidade com o assunto quanto Lula com o grego antigo e Dilma com a física quântica. Até agora, sua mais profunda dissertação sobre ensino público foi registrada pelo vídeo gravado em 2011 que ilustra este post. Em menos de 40 segundos, o então governador do Ceará explicou por que rejeitara o reajuste salarial reivindicado por professores da rede estadual:
“Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado. É uma opinião minha que governador, prefeito, presidente,deputado, senador, vereador, médico, professor, policial devem entrar… ter como motivação para estar na vida pública amor, espírito público”, foi em frente. “Quem tá atrás de riqueza… de… de…de dinheiro deve procurar outro setor, não a vida pública”. 
A Pátria Educadora abriga mais de 13 milhões de analfabetos, um oceano de gente que impõe ao Brasil um desolador 8° lugar no ranking da ONU que mede a taxa de analfabetismo em 150 países. Outros 30 milhões de brasileiros não sabem escrever muito mais que o próprio nome. Metade dos alunos das universidades federais é desprovida de raciocínio lógico. Os alunos do 1° grau aprendem que falar errado está certo. Na prova de Redação do Enem, 500 mil estudantes foram estigmatizados com a nota zero.
Promovido a gerente de um sistema educacional em frangalhos, Cid Gomes engoliu sem engasgos o corte de verbas anunciado pela chefe quando ainda decorava o ramal da secretária. O ministro logo terá provado que, no império dos poderosos idiotas, o que está péssimo sempre pode piorar. “Pátria Educadora” não é slogan, nem lema, muito menos bandeira de governo. É só mais um escárnio parido pelo cruzamento da cabeça baldia de Lula com o neurônio solitário de Dilma. Haja cinismo.