O Globo
Banco central americano também prevê crescimento contínuo dos EUA
WASHINGTON - O Federal Reserve repetiu nesta quarta-feira que continuará “paciente” para elevar os juros. O banco central americano reiterou, ainda, que a economia dos Estados Unidos está nos trilhos, apesar das turbulências em outros mercados mundo afora. Ao concluir sua primeira reunião do ano, autoridades do Fed minimizaram as manobras urgentes adotadas por outros bancos centrais neste mês para estimular economias enfraquecidas. E previram uma expansão econômica contínua nos EUA.
“O comitê julga que pode ser paciente ao começar a normalizar a postura da política monetária”, informou, em nota, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
O Fed reconheceu que a inflação desacelerou para ainda mais longe do objetivo de longo prazo e que medidas de inflação baseadas no mercado caíram substancialmente — avaliação mais negativa sobre as pressões inflacionárias do que em dezembro. Mas o tom geral do Fed foi otimista, mantendo-se em vias de elevar os juros ainda neste ano. Algumas autoridades do Fed e economistas têm indicado que a alta de juros, que seria a primeira em quase uma década, provavelmente ocorrerá entre junho e setembro.
MELHORA NO MERCADO DE TRABALHO
O comunicado vem após uma mudança na política monetária em dezembro passado, quando o BC americano informou que adotará uma postura “paciente” para elevar os juros.
Então, a presidente do Fed, Janet Yellen, esclareceu em entrevista coletiva que o termo “paciente” significava pelo menos duas reuniões. No comunicado de dezembro, o órgão defendeu que sua postura era consistente com a orientação anterior, de manter os juros quase zerados por “tempo considerável” após completar a terceira rodada de compra de títulos, terminada em outubro.
O comunicado divulgado nesta quarta-feira removeu a referência à orientação anterior. Segundo o Fed, “ a atividade econômica tem se expandido em ritmo sólido” — mudando a referência a um “ritmo moderado” no comunicado anterior.
“As condições do mercado de trabalho têm melhorado ainda mais, com forte geração de emprego e taxa de desemprego mais baixa”, acrescentou a nota.