sábado, 24 de janeiro de 2015

Davos: Levy afirma que Brasil decidiu mudar (Com Dilma, Lula, Dirceu, Palocci... impossível!)

Martha Beck - O Globo

Ao encerrar a participação no Fórum Econômico Mundial, ministro disse que vai priorizar o investimento como motor do crescimento

Joaquim Levy durante painel em Davos - Michel Euler / AP


DAVOS - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, encerrou neste sábado sua participação no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, Ao participar do painel “Panorama Econômico Global”, o mais importante do evento, ele afirmou que o Brasil decidiu mudar e priorizar o investimento como motor do crescimento. Para isso, explicou ele, é preciso acabar com incertezas e conquistar confiança. Levy também ressaltou que o país fez avanços importantes na geração de emprego, renda e inclusão social, mas que esse processo sofreu uma desaceleração nos últimos dois anos.

— Nós decidimos mudar. Por algum tempo, nosso crescimento foi baseado no consumo, mas estamos mudando um pouco a demanda para o lado do investimento. Para isso, nós precisamos de confiança e menos incerteza. Estamos adotando algumas medidas para garantir que a confiança na economia vai crescer — disse ele.

Levy afirmou que é preciso melhorar o ambiente de negócios e tornar mais fácil o pagamento de impostos no país, mas admitiu que o caminho será longo:
— Tem muito a ser feito nessa área.

No painel - do qual também participaram o presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, o presidente do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda, o vice-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Min Zhu e o diretor do Banco Central Europeu, Benôit Coeuré - Levy enumerou algumas das medidas de ajuste fiscal que já foram adotadas pelo Brasil, como o aumento da meta de superávit primário para 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) em 2015 e lembrou que, em 2016, ela será ainda maior. Ele também citou o realinhamento dos preços relativos e explicou:

— Isso caminha na direção de reformas estruturais. É importante para decisões de investimentos.

Levy também afirmou que a queda dos preços do petróleo não devem afetar fortemente o Brasil. O país é um importador líquido do produto. O Banco Central estima que se os preços do barril ficarem em torno de US$ 50 ao longo de 2015, a balança comercial terá uma economia de 12 bilhões.

— Não vai nos machucar tanto — afirmou o ministro.