
Aguardado no comitê eleitoral para reforçar a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) não pôde deixar o governo diante da preocupação com o depoimento de Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras apontou um esquema de corrupção na estatal com suposta participação de integrantes do governo e de sua base parlamentar.
Responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, Berzoini tem entre suas funções coordenar a estratégia da base aliada na CPI da Petrobras. Depois que o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) tirou férias e o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) deixou temporariamente o cargo para reforçar a campanha, a expectativa era que Berzoini fizesse o mesmo. Mas, com o vazamento da delação premiada de Costa, sua saída ficou mais difícil.
O governo teme desgastes para a campanha de Dilma. Se deixar o governo, Berzoini, que é ex-presidente do PT e já ocupou os ministérios da Previdência e do Trabalho no governo Lula, será substituído interinamente pelo secretário-executivo da pasta, Luiz Azevedo, que não tem o mesmo trânsito no Congresso.
— O ministro não decidiu se vai sair porque tem suas atribuições no governo, e uma delas é a CPI da Petrobras — disse um assessor do Planalto.
Segundo a revista “Veja”, entre os nomes citados por Costa como integrantes do esquema de corrupção na Petrobras estão o do ministro Edison Lobão (Minas e Energia); os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB); e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
Na prática, Berzoini já está empenhado na campanha. Ele costuma participar das reuniões de coordenação que acontecem uma vez por semana, no Palácio da Alvorada.
PETROBRAS IDENTIFICA QUEM MUDOU WIKIPÉDIA
Nesta segunda-feira, a Petrobras informou que já identificou o funcionário da empresa responsável pela alteração do perfil de Paulo Roberto Costa na Wikipédia, no fim de semana. A Petrobras diz que constituiu comissão interna de apuração para verificar quais medidas deverão ser aplicadas no âmbito trabalhista em função do não cumprimento de normas internas da companhia. O nome do funcionário não foi informado.